segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

  FALA AMPARANDO
 
 
Quando estiveres a ponto de condenar alguém, lembra-te de ti mesmo. Quantas vezes terás ferido, quando te propunhas a auxiliar?

Muitos daqueles que povoam as  penitenciarias, dariam  a própria vida para que o tempo recuasse, propiciando-lhes ensejo de se fazerem vítimas ao invés de verdugos... Prefeririam cegueira e mudez no instante de vazarem a acusação ou extrema paralisia na hora da violência.

E qual acontece aos irmãos egregados no cárcere, quantas criaturas carregam enfermidade e frustração nas grades mentais do arrependimento tardio?

Trajam-se em figurino recente e conservam a bolsa farta, mas, por dentro trazem desencanto e remorso por fogo e cinza no coração.

Supõem-se livres, no entanto, jazem presas, intimamente, na cela de angústia em que enjaularam a própria alma, por não haverem calado a frase cruel no momento oportuno...

Poderiam ter evitado o desastre moral que lhes dói na lembrança, contudo, por se acomodarem à impaciência, atearam o incêndio que resultou em loucura e destruição.

Não sirvas vinagre e fel à mesa da própria vida.

Onde surpreendas perturbação e sombra estende o socorro da paz e o benefício da luz.

Compadece-te dos ingratos e desertores, quanto te condóis dos que passam sob teus olhos,
mutilados e infelizes. Ninguém praticaria o mal se, antes, lhe conhecesse o fruto amargoso.

Compreendamos para que sejamos compreendidos.

Agora, talvez, poderás censurar os erros dos semelhantes. Amanhã, porém, mendigarás o perdão dos outros pelos teus desatinos.

Entrega a aflição de cada dia ao silêncio de cada noite.
Lembra-te de que, por maiores tenham sido os desregramentos da Humanidade na Terra, o Céu nunca fez coleções de nuvens para amaldiçoar ou punir,
mas sim, cada manhã, acende o brilho solar por mensagem bendita de tolerância e de amor, endereçando aos homens a esperança infatigável de Deus.


MEIMEI

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