quarta-feira, 12 de agosto de 2015


Passarinho me leve
 
Na minha varanda mora um passarinho a cantarolar
Que volta mais cedo pra casa se escuta algum trovão
Avisa pras rosas em tom de alerta se vai chover
Já de manhãzinha se apronta de novo pra ir viver

Andei revistando seu ninho, mas nada eu encontrei
Só cabe o corpo franzino na hora de descansar
Nem prata, nem ouro, nenhuma escritura de algum lugar
Somente uma lágrima doce que leva em seu cantar

Ê... Passarinho me leve com você
Preciso conhecer essas cores que pintam a tarde em paz
Refazendo a alegria perdida nesses quintais

Ê... Passarinho me leve com você
Preciso entender essas coisas que conto ao meu violão
É tão forte o que eu sinto, é maior que a amplidão.

Flavia Wenceslau

 

 

 

domingo, 9 de agosto de 2015


Se Achegue, homem! Quero lhe falar...
 
 

Meu Companheiro, meu Amigo!

Sagrado Pai do Filho que nos Escolheu!

Hoje o mundo comemora seu dia,

Não é mesmo, Meu Homem Bendito!?

Pois. No Prosear dos nordestinos,

Parabéns por ele, neste iluminado AGORA!

Te Desejo Vida!

Desejo-Te MUITO MAIS QUE TUDO DE BOM!

Você é a Vida da Minha Vida!

O Amarei pela Eternidade!

Gratidão por existir!

Gratidão por ter me ajudado a redescobrir

O valor da Luz e do Brilho do Sol

Em cada um de meus amanheceres

Que renasce a espelhar A ALEGRIA DA VIDA

NO BRILHO DOS OLHOS DO FILHO QUE ME DEU.

Gratidão por ser no tempo de Hoje,

Um de MEUS GRANDES, RICOS E NOBRES AMORES!

Também a Você eu Cantarei a Alegria da minha Vida! 

Hoje, Amor Nosso, posso em alta voz e bom tom afirmar:

Que seguimos imensamente felizes com você ao nosso lado!

Hoje até sei por que Minh’alma

Sentiu querer-te assim tão perto de meu coração!?

Hoje, bem sei “quem” Minh’alma enxergou

A pedalar aquela velha bicicleta...

Avistou Um maravilhoso ESPÍRITO DE LUZ!

Amiga Fiel, Minh’alma que sempre me quis,

E sempre cuidou tão bem de mim!

Ao Enxergar-te reluzente, conduziu-me a ti!

Que Alma Sábia e Abençoada é a Minha!

Aprendeu rapidinho as lindas lições

Dos gentis e felizes beija-flores...

E com certeza foi direcionada pelos perfumes

Das mais raras Flores que Ela o Encontrou.

O Encontrou e aos seus singelos encantos, fefiz se dobrou...

Gratidão oh, Minha’alma!

Pelo Presente de Homem que seu GPS Divino Avistou!

Cá prá nós, sabemos que na amplidão

Das inúmeras impossibilidades que imperavam,

Não fosse minha ousadia,

Ou não fosse a pitada de coragem que me destes,

Hoje aqui não estaríamos a parabenizar este homem

À beira de nosso berço, por este Sagrado Dia.

Fomos ousadas oh, Minha’alma!

E depois descobrimos que precisaríamos nos munir  

De uma dose Reforçada de Paciência! Calma! Resignação... 

Para que nossa tarefa viesse a ser cumprida!

Mas foi “ajuntada” e aqui estamos! Graças a Jesus

E à Agua mole de Francisco que tanto bate até que fura!

Aqui estamos! E juntos permaneceremos pela Eternidade!   

Permita-nos, Pai do filho que nos escolheu,

Que em nosso Agora,

Nos versos que me foram emprestados, 

Hoje, juntos possamos
Reverenciar e Semear por mais uma vez

O Verdadeiro Significado da Palavra Gratidão,  

Sim, em nossos Versos,

Ousaremos resgatar A GRATIDÃO PELO DOM DA VIDA
 DE TODOS OS PAIS!

Ousaremos resgatar A GRATIDÃO PELO DOM DA SUA VIDA

Pois Saiba, Armando,

O QUE É, SOMADO AO QUE FOI
E O QUE PODERÁ VIR A SER...

PARA NOSSA VIDA,

Nem o vento nem o tempo varrerão de nossa existência!

E, saiba você que mesmo que façamos parte

De um mundo que reverencia a morte

Dos bons costumes,

Do Sagrado Abraço,

Do doce e apaixonado beijo,

Da Necessidade de beber água na fonte,

Ou de tomar Banho de Rio...

Da Necessidade de chupar cana caiana ao lado do Amor

Para justificar o “frisson” e os arrepios

 Do desejo que nascia com a vontade de Amar.

Da necessidade da Serenata...

E das conversas à luz do Luar,

Que rendia um bom beijinho “micho”

Que nos acordava para a vontade “do mel”...

Da Necessidade de “escancarar as portas da sala”

Esperando que o “cheiro das Panelas”

Viesse anunciar a hora
Dos bons tempos dos Almoços de Domingo

Que se misturavam com o lanche,
O jantar e o animado prosear

Encostadinho à hora do banho gostosíssimo,

Assegurando um rico repousar

Com o direito aos entremeios dos chamegos!

Mesmo que façamos parte

De um mundo que faz questão de dizer

Que recitar um poema é pagar mico,

Far-nos-emos surdas por mais uma vez    

E continuaremos sendo ousadas...

Pois você surgiu em nossas vidas,

Também, para nos emprestar a Calma;

Inclusive a Calma
Para enfrentarmos este mundo fora da nossa moda!

Este mundo abarrotado
De belas mulheres que gastam horrores

Investindo nos tristes e valorados
 “Presentes” da Vida Presente...

Mas, assim o fazem quem sabe...

Porque se sentem incapazes
De serem os "Próprios Presentes"

De seus Sagrados Presentes!?

Ou quem sabe hoje...

A empresa, o serviço, a televisão,
 A menopausa, a dor de cabeça,

E tantos outros artifícios,
Precisam se aliar às suas belas essências

Para dar-lhes coragem de poupar durante um ano...

Com o intuito de investir alto

Nos lindos jantares, nas grifes famosas,
Nos "10 mais vendidos", no perfume sedutor...

Ou quem sabe... 

Porque acabam de fato
Ficando com medo de “pagarem mico”

Ou serem mal entendidas...

Ou ainda quem sabe???

Aí, em se tratando de mulheres,

 Esta lista de "quem sabe" será bem extensa...

Mas, como sempre fomos e ainda somos ousadas,

E não nos enquadramos em nenhuma destas possibilidades,

Aqui estamos (eu e Minha’ alma)

 Para lhe dizer que só mais a noitinha,

 Bem no pé do ouvido,

Saberá tudo o que desejamos e esperamos

 Que você de fato possa ter por toda Sua Vida...

Oi!

Atenção!

 Lembre-se apenas de que precisará estar bem acordado!

A Epístola que ouvirá será bem mais extensa que esta!

Cleide Arantes

Dia dos Pais  Ano de 2015.

sábado, 8 de agosto de 2015


SOL DE TODO DIA

Faça uma rua cheia de alegria no seu coração
Casa colorida, casa cheia, casa de balão
Que voa sem fronteiras por qualquer país
Que voe todo dia pra ser mais feliz


Sem nenhuma pressa
O que não vale sempre vai passar
Tanta coisa boa
Tanta gente pra considerar

E viva aquele sonho forte na raiz
Só nascerão as flores que você mais quis
Se tudo muda toda hora de lugar
O sol de todo dia vai te acompanhar

Flavia Wenceslau

 

VIDA...


VIDA...
Essa vida é um barco forte
Que nunca aporta nem para de seguir
Não se atraca em águas passadas,

Mas abraça o que há de vir.
Essa vida é assim feito os dias,

Onde a luz da manhã não esquece de vir
E em noites de melancolia

Já nos viu chorar só pra fazer sorrir
A vida é a casa do tempo

E o tempo é da gente viver
A vida é está criança

Que no tempo ensina e é tão doce aprender
A vida vale todo tempo e o tempo é o milagre de ser
De ser assim maior que a vida e a ela de Amor se render
A vida é assim feito vento que nada poderá prender
A vida é assim feito a rocha que quando quer pode ceder
A vida de nossas historias de Fe de coragem pra ver
Ver que a vida é a grande vitória de quem decidir por viver
E eu canto, eu canto, canto a vida só ela quem pode saber
A hora de cada partida pra um novo de novo nascer
Vida, vida me permita pra sempre eu cantar pra você
Vida, oh vida infinita nos ensina a te amar pra valer
Essa vida...


Flavia Wenceslau

 
 
 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015


Errar é humano. Perdoar é Divino!
 

Sr. Manolo era um velhinho de origem espanhola, de hábitos simples, olhos bondosos e sorriso agradável. As faces enrugadas, os cabelos completamente brancos, o corpo curvado e o modo de andar vagaroso mostravam a idade bastante avançada do simpático velhinho. De fato, o Sr. Manolo muito vivera e, também muito sofrera. A esposa querida e os filhos adorados já haviam partido e, vivendo sozinho, sem família, sua vida seria bem triste se não dedicasse sua atenção à pequena, mas preciosa horta, que cultivava com muito carinho. Ali passava os dias cuidando das plantas, e seu trabalho era recompensado: sua horta era linda! A mais bem tratada da vizinhança! Todos a admiravam, e não havia quem não tivesse provado as deliciosas frutas e verduras que o Sr. Manolo, generosamente, gostava de oferecer aos vizinhos. Assim vivia nosso velhinho, sempre ocupado com a bonita horta que lhe trazia tanta alegria. O tempo ia passando, passando, até que aconteceu uma coisa que o Sr. Manolo não esperava.
Num domingo, em que saíra para dar um passeio, ao voltar à casa encontrou sua horta em completo rebuliço: as belas plantas floridas, as verduras e frutas, tudo aquilo que era o encanto de sua vida, estava quase que inteiramente destruída. Tamanha foi à emoção que não pôde dizer uma única palavra. Apenas as lágrimas, que lhe rolavam pela face envelhecida, mostravam o sofrimento que lhe ia à alma.
– Quem teria sido? – pensava ele – quem o ferira, assim, com tanta maldade?
E o Sr. Manolo chorava, olhando as mãos cheias de calos, como que perguntando se ainda teria forças para refazer sua querida horta.

Depois, mais sereno, começou a passar os olhos pela plantação estragada. Achou, então, atirada ao solo, uma pá que não era sua. Examinando-a com atenção, reconheceu as iniciais que nela estavam gravadas e ficou, por algum tempo, com a pá nas mãos, imóvel, pensativo. Seu olhar fixo, no entanto, demonstrava a grande luta que havia em seu espírito.
Que devia fazer? Dar parte as autoridades?
E o velhinho pensava, pensava...
Finalmente, com um profundo suspiro e balançando a cabeça com tristeza, afastou-se da horta, levando para casa a pá que encontrara.


Alguns dias se passaram. Estava o Sr. Manolo sentado à frente de sua casa, quando se aproximou seu vizinho Pedro, para pagar-lhe uma conta antiga. Ouviu com delicada atenção, as desculpas do vizinho, que lhe explicava as razões da demora, e, quando Pedro abriu a carteira, falou-lhe com bondade:
 – Não, amigo, não preciso desse dinheiro. Você tem filhos pequenos e sei que está passando por dificuldades. Não se preocupe mais com o pagamento. Tanto recusou o Sr. Manolo que Pedro muito agradecido, porém, um pouco confuso, voltou para casa.
Novos dias se passaram. Certa noite, fria e chuvosa, o Sr. Manolo acordou com barulhos estranhos na casa do vizinho Pedro. Gemidos, correrias... Que estaria acontecendo?
Preocupado levantou-se e dirigiu-se para lá. Encontrou Pedro muito aflito, sem saber o que fazer a esposa gravemente enferma, gemia na cama e ele não se animava a deixá-la para ir buscar o médico.
 – Não se aflija amigo, eu irei - disse o velhinho, prestativo - ainda tenho disposição para enfrentar o mau tempo. Sem esperar resposta, lá foi ele, curvado sob a forte chuva à procura do médico. Em breve voltaram e a doente foi atendida.  
No dia seguinte, Pedro, muito pálido e abatido, caminhava pela sua horta ainda alagada pela chuva da véspera. Suas passadas incertas, seus gestos nervosos e, sobretudo, os olhos cheios de aflição, revelavam a confusão que lhe ia à alma. Pedro pensava e murmurava com voz trêmula:
 – Que vergonha, meu Deus! Quanta maldade trago no coração! Como pude estragar tanta coisa?
Se o Sr. Manolo soubesse... Ele, que é tão bom e tanto tem me ajudado...
E Pedro lembrava o dia infeliz em que, embriagado, destruíra quase toda a horta do vizinho, aquele prodígio de trabalho e paciência que sempre invejara. Lembrava-se bem do que fizera e da pá que abandonara, entre as plantas caídas. Várias noites fora procurá-la, mas não encontrara. Onde estaria ela, o instrumento com que praticara tão feia ação.
Se o Sr. Manolo a descobrisse, jamais me teria socorrido - murmurava sempre caminhando, embaraçado com a ideia de que o vizinho pudesse saber a terrível verdade.
Nisto, parou, admirado. Rápido abaixou-se e puxou o cabo de um instrumento que percebera como que caído ao acaso, entre os canteiros de sua horta. Era uma pá! Como fora parar ali?
Examinou melhor o lugar: era perto do muro, justamente no ponto de mais fácil acesso.
Pedro compreendeu tudo:
 – O Sr. Manolo já sabia que fui eu quem estragou as plantações tão bem cuidadas! E havia devolvido a pá que poderia provar a minha culpa!
Então, sem mais demora, Pedro correu a casa do velho espanhol. Encontrou-o trabalhando ativamente:
 – Olá amigo, seja bem-vindo! - disse o velhinho, parando e apoiando-se na enxada.
Pedro aproximou-se humildemente. Quis falar e não pôde, soluços lhe sufocaram a voz. Ajoelhou-se aos pés do velhinho e beijou-lhe as mãos, molhando-as com suas lágrimas.
O Sr. Manolo, comovido, sem nada comentar, olhava-o com bondade, fazendo, contudo, com que o vizinho se levantasse.
Pedro ergueu-se e, animado pelo sorriso acolhedor do velhinho, enxugou as lágrimas, e disse:
 – Perdão! Perdoa-me, eu estava bêbado e coberto de inveja quando destruí sua horta. Perdão!
Depois, silenciosamente, pegou a enxada e começou a capinar vigorosamente, com o firme desejo de desfazer os prejuízos que causara àquele bom homem que já o havia perdoado.

“Errar é humano. Perdoar é Divino.”