Preenchendo os vazios de M’Alma!
O Amor, a compaixão, me conduziu ao
seu encontro.
Lembro-me como se fosse hoje...
Você avistou um cartão diferente
Que havia feito para presentear
Cidinha e...
Resolveu pedir-me ajuda...
Queria presentear um amigo que se
aniversariava...
E assim como um vento à beira mar,
A vida nos levou a sentir “a certeza
do necessitar”...
Você precisou de mim... Eu precisei
de você...
Passamos a nos precisar...
O VERBO transformado em energia
imperativa
Firmou em SER O COMPLETAR.
Sua Presença Amiga me completava...
Seu olhar de Admiração me
incentivava...
Sua Companhia nos cafés das manhãs
Fazia-me esquecer do corre-corre do
dia...
À noitinha iríamos nos encontrar...
Iríamos partilhar sentido, visão, audição...
Iríamos Experimentar tato, paladar, olfato...
Iríamos segredar o que
silenciosamente
Pedia a Voz de Nossa Intuição.
Como era Largo seu sorriso...
Como era forte e caloroso seu abraço!
Enxergar, alertar sem querer punir...
Sua Viciada necessidade de “comer”
com prazer
Tudo que a fazia padecer,
Passou a pedir-me que mais e mais
cuidasse de Você...
Você sempre se viu como “A velha
máquina”
Fabricada para trabalhar...
Mesmo assim, quantos momentos alegres
e divertidos juntas tivemos...
Fomos Muito Ecléticas...
Misturávamo-nos nossos gostos...
Passei a gostar até de Zezo, quem
diria!?
Dormíamos tarde...
Acordávamos muito
cedo, sempre...
Amávamos bichos...
A Midoca, foi a primeira da fila de
tantas outras...
Como assimilavam nossas manias...
Havíamos nascido para SERMOS TIAS...
Não nos preocupávamos tanto com
dinheiro...
Os sobrinhos precisavam, a tia tinha
que ter...
Juntas construímos um círculo de
Grandes Amigos...
Pensávamos em muita coisa juntas...
Em manter o mundo ao nosso redor
Agradável e Acolhedor...
Em poder passear pelo mundo em todas
as estações...
Em curtir “A festa da padroeira de
sua cidade”,
A Senhora da Saúde;
Comer Carne de bode... Umbuzada...
Murici...
Retornar à Caldas Novas, Sem pressa
para voltar...
É Claro que ainda tínhamos um ou
outro plano
Que se planejava só...
Planejei ter filhos...
Você mais uma
vez seria Tia...
O nome dele já estava escrito – Seria
Carlos Eduardo...
Imaginávamos o quanto eu seria
disputada...
Como você era ciumenta... Possessiva!
Exclusivista!
Seu mal maior! Talvez o único!
Mas, já havia me acostumado...
A culpa era minha...
Havia lhe deixado mal acostumada...
Com tanto mimo... Com tanto zelo...
Com tanto calor...
Adorávamos cozinhar juntas aos
Domingos...
Passear sem destino certo... Ler... Conversar...
Repensar os erros cometidos,
Relembrar a adolescência, a
juventude...
Refazer alguns caminhos na mente...
Visitar a Mãe Bela... A Vó Maria... A
Francisquinha...
A Madrinha Santa...O Tio João
Serafim...O Pedro Soares...
Faxinávamos a casa, lavávamos as
roupas...
E por incrível que pareça tínhamos
tempo para tudo!
Principalmente para ouvir musica e
dançar!
E como dançamos...
Eu, Você, o Zezo, Strauss, Skank e
muito mais...
Pensamos em quase tudo...
Na casa própria, na vida após a
morte,
Na velhice, na aposentadoria...
Só nos esquecemos de que o medo de
pensar na morte
Roubou-nos a oportunidade
de juntas
traçarmos o caminho
Que sem tanta dor ou Saudade,
Conduzir-nos-ia ao nosso
reencontro...
Conduzir-nos-ia ao mundo do
Criador...
Perdemos a oportunidade
de exercitar
nosso “diálogo telepático”...
Afinal, se juntas
tivéssemos preparado
para seguir em uma viagem,
Como várias vezes
preparamos tantas outras,
Descobriríamos com
mais facilidade
que não teria motivos para pânico;
Você jamais estaria
fora de meus pensamentos
Agora que está apenas
fora de minhas vistas!
Esquecemo-nos completamente
que o
Destino separa as pessoas...
Mas que poderia continuar sendo para
mim,
O que sempre Foi: Minha Melhor Amiga!
Meu Raro Tesouro!
Tínhamos medo de nos perder de vista;
E com certeza, você sofreu tanto quanto
eu...
Estávamos acostumadas
A não viver sem
a nossa convivência...
Hoje, continuo a rir
daquilo que nos fazia rir juntas.
Hoje Rezo e penso em
você...
Principalmente
quando ouço entoar a sua 2ª voz
Quando começo a
cantar
O hino do Passarinho Beija flor composto por Santana;
Quando volto a
solfejar Adriana Calcanhoto
Em “Piu-Piu sem
frajola”;
E Embora o acesso Real
Às janelas e
portas que me levam até você
Não estejam em minhas mãos;
Continuo Conversando com você
como se
estivesse me esperando
para desembarcar sentada na poltrona
logo à Frente da
minha...
Afinal, o Fio da Vida que nos une,
Continua Interligado...
Continua Conectado em Banda Larga!
Quem sabe seguindo o exemplo dos
Satélites...
Você continua a me rastrear,
Como antes fazia por celular...
Diferenciada em alguns pequenos
detalhes:
A tecnologia de que hoje dispõe é Universalmente
Bem superior que qualquer GPS.
E nenhuma força, por maior
Ou sobre-humana que se apresente,
Far-me-á esquecer-se de Você,
Que por muitos motivos e muitas vezes
Permitiu-me e permite
Sentir Alegria e Prazer em viver a Vida,
Acreditar e Esperar...
Que se Cumpra a Vontade do Criador...
E quando chegar a minha hora,
Partirei a caminho de minha Travessia...
Com a inquietação de quem atravessa
Sem saber o que tem do outro lado...
Ou até de quem não sabe o que procura,
Mas sabe “o que” ou “quem” quer
achar...
Remédio ou Poção a Todo desassossego
Que buscou o colo do equilíbrio
Como a insônia a busca do sono...
Desaparecerão os dilemas indecisos
Frente às opções e as oportunidades;
E entre o que fui... O que sou e o
que serei...
Não haverá mais espaço para o vazio
Em algum lugar...
Em Qualquer tempo...
Certo ou transitório...
Sei que nos Encontraremos...
Esta é uma de minhas Alegrias...
Este é um dos alimentos de minha Alma
sedenta...
Que pede por seu colo...
Que quer sentir novamente muito
Prazer em poder
Ouvir-lhe... Falar-lhe...
Olhar-lhe... Cuidar-lhe...
Que quer sentir novamente muito
Prazer em poder
Cantar e Gritar aos Quatro cantos do
mundo:
Que “Nada é pequeno onde o Amor é
Grande!”
Cleide Arantes
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