domingo, 14 de outubro de 2012


A CANÇÃO DA LUA


Ergo meus braços saudando,
Enquanto ela desliza pela noite,
A Lua dos Mistérios redonda,
Disco luminoso, de prata cintilante.

Meu espirito atende ao Seu chamado,
E deseja ter asas para voar,
Para que eu possa buscar
 Seu santuário sagrado,
Do qual o céu é símbolo.

Um lugar de segredos ocultos,
De antigos mistérios sagrados,
Um lugar que em outras eras conheci,
E de sabedoria em templos calados.

Esforço-me para tentar lembrar,
Tudo o que antes aprendido eu teria,
Os Segredos esquecidos da Lua,
A Deusa de toda a sua Sabedoria.

Apesar de meus braços voltados para o céu,
Ouço Sua voz em meu interior, e sigo nesta direção.
Desvendo o labirinto interno,
Confiando em minha opção.

"Não busque no exterior,
mas sim no fundo do seu Eu"
Diz a voz suave e clara.
"Mantenha sua fé em mim pelos treze meses,
Do ano Sagrado da Mãe".

Eu a observo através de Seus ciclos,
Como já fiz em vidas passadas,
E sigo Sua trilha enluarada,
Que à porta secreta interior me conduz.
"Em nome Daquela que existe nas ondas do mar,
Nas profundezas das grutas escondidas,
No farfalhar das verdes folhas,
E na ardente chama das paixões,
Eu te invoco minha Senhora,
Para me proteger e guiar.
Tu que és donzela,
Livre e virgem por não pertencer a ninguém.
Tu que és Mãe,
Amada e procurada por todos.
Tu que és Anciã,
Que vais velar por todos nós.
Ártemis, Selene, Hécate, Inanna...
Yemanjá Odo Iyá.
Mãe Antiga, Deusa dos Mil Nomes,
Ilumina a nossa vida
Com cada raio de luar.
E com o longínquo brilho estelar,
Guia-nos com amor maternal
Nesta nova jornada
De volta para Ti
Oh, Grande Mãe"
"Reflete meu reflexo,
Ó Mãe Grandiosa em tua bondade
Ensina-me a caminhar e
Ouvir e sentir os sinais enviados
Pelo teu amor infinito!
Que a venda caia de meus olhos
E a palavra não dita
Derrame em meus ouvidos,
Para que eu possa cumprir
Minha humilde missão.
Que minha mão toque o inatingível
Que minha boca sopre o segredo da vida
Que meu corpo vibre o inadiável
Para a concretização de teu ideal.

Seja! Seja! Seja!"
Mãe nossa,
Cujo corpo é a Terra,
Santificado seja o teu ser.
Floresçam os teus jardins.
Seja feita a tua vontade,
Assim nas cidades como na natureza.
Agradecemos a este Dia,
O alimento, o ar e a água.
Perdoa nossos pecados contra a Terra,
Como nós perdoamos uns aos outros.
E não nos deixes ser extintos,
Mas livra-nos da nossa insensatez.
Pois tua é a beleza e o Poder,
E toda a vida, do nascimento à morte,
Do princípio ao fim.
Amém.
Que Assim Seja.
Abençoada Sejas!

(por D. J. Conway, o Livro Mágico da Lua).

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