Minha Carta – A Lembrança
Hoje escrevo para
você uma carta em forma de poesia. Precisava destinar-lhe algumas linhas; não
com o intuito de lhe colocar a par dos últimos acontecimentos de minha vida.
Afinal, dela, você deve estar sabendo bem mais que eu... Precisava abraçar-lhe
de longe... Precisava fazer o caminho que juntas fizemos várias vezes em
direção à Terra da Garoa... Começar pela Anhanguera, seguir pela Bandeirante e...
De repente lá estávamos... E você como havia pedido a Deus... Quero apenas lhe sugerir que
depois de ler, beijar, sentir, cada sentimento que sinto e lhe escrevo nesta
carta, hoje acumulados depois dos sete anos de nossa última viagem juntas, possa
então guardá-la – quem sabe debaixo de seu travesseiro... Para reler outras
vezes... Quantas achar por bem ler... Dizem os entendidos que facilita sonhar
com quem queremos voltar estar... Principalmente se quem lhe enviou passou sete
anos sonhando em poder de novo encontrar com o destinatário... Como sonhei
nesta noite... Senti seu Calor... Seu Afago... Seu Brilho... Sua Luz a me
endereçar... Sinta comigo Amiga, nos versos que faço o abraço que de longe lhe
abraça... O beijo molhado que de longe não lhe ensopará a roupa azul de anil
maravilhosa que usa com as lágrimas da saudade que faz cortar meu peito... Doer
de verdade, como se não fosse acabar... Escolhi como portador o nosso passarinho
beija flor... Que nos chegou com Santana, O Cantador... Voltou para o Céu... Colidiu-se
com três galáxias... Transformou-se no maior de Todos eles... E Voltou...
Pronto para atravessar todo o Universo... Chegando a lhe encontrar... Só Ele
poderia ser requisitado a cumprir esta missão tão sigilosa... Afinal cometo o
Crime de Burlar A Saudade que chegou sem marcar hora prá voltar... Se ela
souber que estou a fazer um atalho na tentativa de aliviar a minha dor, poderá
me condenar... E só Deus saberá quantos serão os anos de triste espera... Correndo
o risco... Insisto... Prefiro que sinta comigo um pouco de cada emoção que
tenho sentido sem tê-la ao meu lado... Muito do que sentir, sabe que estará nas
entrelinhas... Minhas mãos não conseguiram acompanhar o ritmo exigido pelo
vento soprado do coração ao ouvido... É um vento que circula na velocidade da
luz... Se houver um só instante de escuridão, as palavras por si só não se
registram... Desaparecem... E depois só pegando o bonde em outro vento...
Enquanto ele não volta, receba com O AMOR MAIOR DO MUNDO, as palavras em forma
de versos que chegaram Preenchendo os
vazios de M’ALMA.
Cleide Arantes.
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