Francisco de Assis nasceu em família abastada. O pai, Pietro
di Bernardone, era comerciante de tecidos. A mãe, Maria Picalini, talvez fosse
de origem francesa. Francisco tentou
seguir a carreira do pai, mas foi em vão: acostumado às farras e à boa
vida, queria as conquistas da guerra e do amor. Aos 22 anos, alistou-se no exército de Gaultier de Brienne, que
passava pela região recrutando cavaleiros para as Cruzadas. Mas, na localidade de Spoleto, Francisco
teve uma revelação, em que Jesus lhe perguntava: "O que é melhor servir o
rei ou servir o servo?" Francisco retornou para Assis e começou a
mudar o rumo de sua vida. Afastou-se dos amigos, buscou a oração e procurou
ajudar os pobres e leprosos. Em outubro
de 1205, ouviu outra mensagem enquanto rezava na igrejinha de San Damiano: era
um chamado para que restaurasse a "casa" em ruínas. Ele
interpretou a mensagem como ordem para reformar a pequena construção e não viu
que o sentido maior de "casa" era a própria instituição da Igreja. O jovem vendeu as mercadorias do pai para
comprar material de construção (isso quando simplesmente não as deu aos
pobres). Furioso, Pietro o deserdou, acreditando, como toda a população de
Assis, na loucura do filho. Aos 25 anos, com a renúncia definitiva aos
bens paternos, Francisco iniciou de fato a vida religiosa, primeiro como
eremita, depois como pregador. (No fim da vida, exibiria no próprio corpo
os estigmas, as chagas da "Crucificação".) Fundou a Ordem dos Frades Menores, que em poucos anos se transformaria
numa das maiores da cristandade. Com Clara, estabeleceu o ramo feminino
da mesma ordem. E, para os leigos que desejavam ser fiéis ao espírito de
pobreza e participar das graças e privilégios da espiritualidade franciscana,
criou a Ordem Terceira. Pregando a
obediência, a pobreza e a castidade, o amor deste missionário de Deus tem
sentido universalista. Foi irmão do sol, da água, das estrelas, dos
animais. O "Cântico ao Sol",
em que proclama seu amor a tudo o que existe, é uma das mais lindas páginas da
poesia cristã. Foi canonizado pela igreja católica e sua festa se celebra a
4 de outubro pelos católicos. "Santo" na visão espírita é um
atributo dirigido a determinadas pessoas que aparentemente atenderam, na Terra,
à execução do próprio dever - disse André Luiz. Para os espíritas, Francisco de Assis foi João Evangelista, aquele
discípulo querido, responsável pela vida de Maria, após a volta de Jesus ao seu
verdadeiro mundo.
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