domingo, 29 de janeiro de 2012


A Oração e os Poderes da Mente

Nos dias de hoje, cada vez mais pes­soas acreditam que o sucesso ou o fracasso de um empreendimento depende, ao menos em parte, da maneira como organizamos nosso mundo interior e nossos pensamentos. O fato de nos colocar­mos de modo positivo e afirmativo, frente à realização de certo objetivo, aumentaria as chances de sermos bem-sucedidos. Será verdade? Antes de qualquer coisa, temos de saber se a disposição interior realmente interfere em nossas realizações. Acredito que sim. E por dois mecanismos. O primeiro tem a ver com o que chamo, desde 1980, de medo da felicidade. Todos nós nos assustamos um pouco - ou muito – quando percebemos que nossos projetos estão sendo bem encaminhados e com chances crescentes de sucesso. Parece que o acúmulo de coisas boas "atrai" maus pensa­mentos, a inveja das pessoas - o que é ver­dade - e a ira dos deuses. Sentimo-nos ameaçados. É como se as chances de tragédia aumentassem na proporção de nossos bons resultados. Apesar de falso, é assim que sen­timos. Daí a prática universal de rituais supersticiosos de proteção, como bater na madeira, fazer figa, usar amuletos, etc. Quanto mais competentes para "suportar" alegrias, maior será a tendência de agirmos de modo positivo e construtivo. Afinal, quan­do o medo da felicidade cresce muito, acabamos cometendo equívocos que nos afastam do sucesso e nos conduzem para piores resultados. Apesar de tristes, eles são menos ameaçadores. O sucesso dá mais medo que o fracasso! O outro mecanismo tem a ver com os fenômenos chamados paranormais. Apesar de ser terreno menos sólido do que o mecanismo anterior é indiscutível e fácil de ser provado. Só pessoas muito teimosas, hoje em dia, põem em dúvida a existência, por exemplo, da telepatia. A telepatia corresponde ao fenômeno parapsicológico mais simples e ele­mentar. É a comunicação entre dois cérebros por meio de processos chamados de extras sensoriais (sem auxílio dos órgãos dos senti­dos). Assim, existem dois níveis de comuni­cação - em luta - entre as pessoas: o sensorial e os extras sensoriais. Quando dois concor­rentes disputam um determinado segmento de mercado, por exemplo, há a propaganda feita para os órgãos dos sentidos e aquela que chegará por vias paranormais. A propaganda que se irradia por caminhos parapsicológicos dependerá do estado de alma daquele que estiver vendendo o produ­to. Se sua disposição última para o sucesso é forte e definida, sem titubeies e com boa con­vicção em suas chances, você poderá ter um resultado mais favorável do que um competi­dor que, em igualdade de condições, negli­genciar este aspecto subjetivo, mais psi­cológico. Crescem, assim, as chances de sucesso para o indivíduo que controla seus medos íntimos ligados ao sucesso e à felici­dade. E também para aqueles que menta­lizam positivamente para que as coisas ca­minhem do modo como pretendem. Isto não quer dizer que o êxito está garantido. Quem afirma isso é um vendedor de ilusões. É preciso que exista competência efetiva para o sucesso: a mercadoria que está sendo vendida terá que ser, no mínimo, igual à dos concorrentes. Não se pode, contudo, subestimar os rivais: eles também podem mentalizar e até de modo mais eficaz! Neste caso, serão eles os vencedores, e não nós. Pode parecer, graças ao progresso das ciên­cias do cérebro e da psicologia, que estamos nos apropriando de mecanismos novos. Não é o que penso. Todas as técnicas modernas de mentalização, de potencialização do uso do cérebro, nada mais são que versões científi­cas das tradicionais e antiquíssimas orações, próprias da maioria das religiões. Por meio da oração, o fiel se concentra, pede a Deus que o ajude a atingir determinados objetivos, que lhe dê força para suportar dores e dificul­dades. O indivíduo se concentra algumas vezes por dia, com toda sua força psíquica, com a finalidade de aumentar suas chances de sucesso. Há dúvidas sobre se Deus ouve ou não cada uma das orações e pedidos. Porém, não creio que restem dúvidas de que este processo de mentalizar, próprio da oração, seja eficaz. Talvez daí tenha vindo o ditado: "Mais vale quem Deus ajuda do que quem cedo madruga".
Flávio Gikovate.

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