OFERTA DE NATAL
Senhor! Enquanto as melodias do Natal nos
enternecem, recordamos também, ante o céu iluminado, a estrela divina que te
assinalou o berço na palha singela!... De novo, alcançam-nos os ouvidos as
vozes angélicas: - Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra, boa vontade para
com os homens!... E lembramo-nos do tópico inesquecível da narrativa de
Lucas (Evangelho de Lucas 2:8-11): “Havia na região da manjedoura pastores
que viviam nos campos e velavam pelos rebanhos durante a noite; e um anjo do
Senhor desceu onde eles se achavam e a glória do Senhor brilhou ao redor deles,
pelo que se fizeram tomados de assombro... O anjo, porém, lhes disse: não
temais! Eis que vos trago boas novas de grande alegria, que serão para todo o
povo... É que hoje vos nasceu, na cidade de David, o Salvador, que é o Cristo,
o Senhor”. Desde o momento em que os pastores maravilhados se movimentaram
para ver-te, na hora da alva, começaste, por misericórdia tua, a receber os
testemunhos de afeição dos filhos da Terra. Todavia, muito antes que te
homenageassem com o ouro, o incenso e a mirra, expressando a admiração e a
reverência do mundo, o teu cetro invisível se dignou acolher, em primeiro
lugar, as pequeninas dádivas dos últimos! Só tu sabes, Senhor, os nomes
daqueles que algo te ofertaram, em nome do amor puro, nos instantes da
estrebaria: A primeira frase de bênção... A luz da candeia que principiou a
brilhar quando se apagaram as irradiações do firmamento... Os panos que te
livraram do frio... A manta humilde que te garantiu o leito improvisado... Os
primeiros braços que te enlaçaram ao colo para que José e Maria repousassem... A
primeira tigela de leite... O socorro aos pais cansados... Os utensílios de
empréstimo para que te não faltasse assistência... A bondade que manteve a
ordem, ao redor da manjedoura, preservando-a de possíveis assaltos... O feno
para o animal que devia transportar-te... Hoje, Senhor, que quase vinte séculos
transcorreram, sobre o teu nascimento, nós, os pequeninos obreiros
desencarnados, com a honra de cooperar em teu Evangelho Redivivo, pedimos vênia
para algo te ofertar... Nada possuindo de nós, trazemos-te as páginas simples
que Tu mesmo nos inspiraste, os pensamentos de gratidão e de amor que nos
saíram do coração, em forma de letras, em louvor de tua infinita bondade! Recebe-os,
ó Divino Benfeitor! Com a benevolência com que acolheste as primeiras palavras
de respeito e os primeiros gestos de carinho com que as criaturas rudes e
anônimas te afagaram na gloriosa descida à Terra!... E que nós – espíritos
milenares fatigados do erro, mas renovados na esperança – possamos rever-te a
figura sublime, nos recessos do coração, e repetir, como o velho Simeão, após
acariciar-te na longa vigília do Templo: - “Agora, Senhor, despede em paz os
teus servos, segundo a tua palavra, porque os nossos olhos viram a
salvação!..."
EMMANUEL
Nenhum comentário:
Postar um comentário