sexta-feira, 5 de dezembro de 2014


NO ÁLBUM DA COMPAIXÃO

 

Observa: toda a Natureza, por livro de Deus, em qualquer parte, parece um cântico de louvor ao auxílio. Ignoro se já pensaste nas primeiras árvores da Terra, inclinando-se para as aves fatigadas, a fim de que aprendessem a entretecer os próprios ninhos, nos braços fortes que lhes estendiam. Nem sei se já meditaste na piedade das flores primitivas do mundo para com as abelhas cansadas e famintas, convidando-as pelo próprio perfume, a lhes retirarem as pequeninas sobras de alimento nas corolas acolhedoras, a fim de que não tombassem na exaustão, quando à procura de recursos que lhes facultassem o fabrico do mel. Até hoje as árvores não se queixam dos pássaros que lhes deixam os ramos menos limpos e as flores não protestam contra as abelhas quando lhes aparecem, através de sucessivos enxames, a lhes dilapidarem as pétalas nutrientes. Árvores e abelhas sabem, instintivamente, que a Divina Providência não lhes faltará com a chuva a lavar-lhes todas as folhas e com o acréscimo de seiva, destinadas a reajustar-lhes o sustento. Não será semelhante lição dos agentes simples da natureza determinada mensagem da vida, concitando-nos à prática da bondade, de uns para com os outros? Onde estiveres, compadece-te de teus irmãos. Esse precisa apoiar-se em teus ombros para a caminhada difícil, aquele te aguarda o concurso fraterno, de modo a manter-se de pé, na marcha dos dias. Abençoa e socorre sempre. Em muitas ocasiões, penso que o ensinamento do Cristo, acerca do perdão, se revestiu de outras derivações no campo das atitudes. Algum dos companheiros haverá perguntado ao Senhor: Mestre, quantas vezes, devo auxiliar meus irmãos? E, decerto, Jesus terá respondido: Não te digo que auxilies uma vez, mas setenta vezes sete vezes.

MEIMEI

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