quinta-feira, 4 de dezembro de 2014


DINHEIRO E AMOR
 
       Diante do bem, não pronuncies a palavra "impossível".

Certamente, sofres a dificuldade dos que herdaram a luta por preço das menores aquisições. Ainda assim, lembra-te de que a virtude não reside no cofre. Onde encontrarias ouro puro a fazer-se pão na caçarola dos nossos irmãos menos felizes? Em que lugar surpreenderias frágil cobertor tecido de apólices para agasalhar a criança largada ao colo da noite?

Entretanto, se o amor te faz lume no pensamento, arrebatarás à imundície a derradeira sobra da mesa, convertendo-a no caldo reconfortante para o enfermo esquecido, e farás do pano pobre o abrigo providencial em favor de quem passa, relegado à intempérie. Uma garganta de pérolas não emite pequenina frase consoladora e um crânio esculpido de pedras preciosas não deixa passar leve fio de ideação. Todavia, se o amor te palpita na alma, podes falar a palavra renovadora que exclui o poder das trevas e inspirar o trabalho que expresse o apoio e a esperança em favor de muita gente.

Respeita a moeda capaz de fazer o caminho das boas obras, mas não esperes pelo dinheiro a fim de ajudar. Hoje mesmo, em casa, alguém te pede entendimento e carinho e, além do reduto doméstico, legiões de pessoas esperam-te as demonstrações de fraternidade e compreensão.

Recorda que a fonte da caridade tem nascedouro em ti mesmo, e não descreias da possibilidade de auxiliar. Para transmitir-nos semelhante verdade, Jesus, a sós, sem finança terrestre, usou as margens de um lago simples, ofertou simpatia aos que lhe buscavam a convivência, confortou os enfermos da estrada, falou do Reino de Deus a alguns pescadores de vida singela e transformou o mundo inteiro, revelando-nos, assim, que a caridade tem o tamanho do coração.

MEIMEI

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