Igual Maria... Igual Tereza...
Igual à Vanda irmã de Suzana...
Sempre parei para analisar as
mulheres que tive a graça de conviver... Falo muito de minha avó paterna, de
minha mãe, de algumas amigas que foram ou são os meus presentes nesta vida
terrena... Como seres, eu as acho pessoas fantásticas e multifacetadas. É público
e notório que “A mulher é um ser complexo e cheio e possibilidades”, não que os
homens não sejam; mas existe algo na personalidade masculina que os tornam mais
simples, mais objetivos... É bem definido na maior parte deles, como vejo em
meu companheiro. E eu adoro esse traço masculino dentro do meu relacionamento,
o que é bem diferente da figura representada por meu Pai. No entanto, desde
minha infância sempre que via um filme, uma novela e até uma música, a figura
feminina me chamava à atenção – com aparência “forte, decidida; nem sempre a mais
bonita ou charmosa” – como o caso dos papéis representados por Fernanda
Montenegro (que me faz lembrar a determinação de uma freira co-fundadora de uma
congregação que convivi por um tempo em Campos do Jordão) e a exemplo,
serviu-me de âncora, de sustentação; acho que pela identificação ou uma forma
de transferência dos meus anseios, sonhos e pensamentos. Não me lembro de ser
fã de nenhum homem engomadinho ou visto como galã na mídia, tido como os
“gostosões com quem muitas mulheres sonham transar”. Lembro-me bem de ter sido fascinada
pela beleza introspectiva de Mário Lago... Falava com o olhar... Respondia sem
ser indagado... Mas de um modo geral a personalidade feminina sempre me chamou mais
a atenção. Tenho minhas cantoras preferidas que sempre as ouço. As atrizes que
não perco os trabalhos de jeito nenhum. As escritoras que leio. E na minha vida,
por incrível que pareça, sou mais cercada de mulheres... E por falar em
“Mulheres incríveis” conheci mais uma mulher que há mais ou menos 25 anos
(vinte e cinco) anos não me deparava com uma que se aproximasse de seu perfil.
Ela estava vestida com uma simples saia godê, marrom, que pudesse lhe facilitar
a vida quando precisasse “andar de moto táxi”. Não falo de uma jovem senhora,
falo sim de uma “religiosa”, de uma “freira” de cabelos brancos, totalmente
pronta para acompanhar o ritmo da atualidade... Pronta para voar, sem tirar os
pés do chão... A impressão que se tem é que ela está sempre ligada a 220 Volts.
Ou no mínimo com a bateria – “tipo Duracell”, que se bobear, em breve estará sendo
selecionada para se juntar a um grupo que partirá para desvendar os mistérios
da Lua. Ela é mesmo de uma energia ímpar... E o Amor, o Carinho, o Cuidado que
esta criatura tem pelos seus... É algo surpreendente! Estive com ela e sua irmã
de sangue por algumas horas e além de sentir no ar, “a comunhão” que as une, vi
claramente na sua maneira de agir, seu desprendimento e sua “vontade” de poder
proporcionar aos que ali estavam, o que a vida tem de melhor – para que ainda possam
ter acima de tudo muita alegria e prazer em fazer parte desta vida. A freira que
nasceu para ser mãe, com certeza exerce este papel diariamente, em família e em
comunidade... E deve fazer com maestria; pois
não tenta tapar “o sol com a peneira”, como dizia minha avó – ela enfrenta de
frente suas “humanas fragilidades de mulher” – procurando vencer suas
limitações e se curar à medida que as feridas lhe apresentam – Já derrubou
mato, levantou frentes de trabalhos, socorreu pessoas abandonadas à própria
sorte, cruzou rios e oceanos indo pelo mundo afora “viver” e experimentar a
pregação do evangelho... Partiu... Voltou... Chorou... Sorriu... Dançou...
Esbravejou... Gritou... Bateu com a mão na mesa indignada pela vez de se
manifestar verbalmente... Admite que seja em parte detalhista (diz mansamente ser
70%)... Não nega de jeito nenhum que morre de medo de ficar velha! Mas
quando diz ficar velha, é velha mesmo, não é ter ruguinhas, flacidez e etc. e
tal! Ela sabe que o velho na nossa sociedade ainda é um ser excluído, parece
que cometeu um crime ao envelhecer, nem parece que é o caminho natural de todos
nós... Nem parece uma pessoa que pode ser respeitada, ouvida e espelhada
exatamente porque já apreendeu muito da vida... Por isto e muito mais, assumiu outro
“jovem desafio”, vai aprender um novo idioma... Ela Admite que ultrapasse a persistência, podendo
chegar a ser teimosa... Aceita sua condição humana, mas corre atrás de por em
prática o que está nas escrituras e que a seduz diariamente: “sede perfeitos,
assim como vosso Pai Celeste é Perfeito” (Mat. 05, cap. 48)... Assim sendo,
caminha... Cava as “possíveis impossibilidades” com as unhas da Esperança na Certeza
e na Possibilidade que Nascem com a Vida que vem do Criador... E Recomeça... E
busca a Verdadeira Harmonia, o Verdadeiro êxtase de Um Jovem Coração que pulsa
com parte de seu Sangue... Esta Irmã de uma irmã de sangue sabe que “por uma
falsa segurança” muitos Lavaram suas mãos... Deixaram de se comprometer... Que
Absurdo!... Principalmente analisando sob a ótica de Albert Camus que escreveu “O
absurdo é a razão lúcida que constata os seus limites”... Então penso, se eles
diante de si mesmos de vez em quando não ouvem suas vozes interiores a lhes dizerem:
”Homens de poucos limites”!? Mas ela, imbuída da força que vem de Deus... Da
Energia Suprema, de limite inesgotável... Igual Maria... Igual à Marta... Igual
à Clara... Igual Teresa... Igual Joana... Igual Suzana... Segue em frente,
fazendo o que lhe é devido, acreditando nos Planos de Deus... Quem Viver
Verá... Ela há de Festejar a Alegria e o Prazer de contribuir com o despertar
da valentia de um jovem que QUER e sabe que pode assumir sua fé diante de Deus
e dos homens, assumindo seus erros para poder se curar imediatamente após matar
o que seu ego ao longo dos anos tem procurado esconder.
Muita Sorte, amiga minha... Irmã
de tantos! Admiro-lhe muito! Espelho-me em Albert Camus em acreditar que “Não
ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade”... Por isso
Ame... Sem receio de dar Vexame... A força Criadora do Universo a manterá nos
braços!
Cleide Arantes.
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