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Anos de Brotamento
Não
celebro hoje meu aniversário e, sim, o momento em que brotei para a
vida aparecendo neste mundo. Aniversário lembra festa, presentes,
abraços, beijos, palavras sinceras e falsas (como se fosse para
“marcar o ponto”); quantas são as pessoas que possuem suas
agendas com datas de aniversário, para não se esquecer de quem
forçosamente precisa ser lembrado – de um
modo geral estas pessoas são incapazes de
apreenderem em suas mentes “aquelas datas” e as anotam porque
infelizmente possuem a obrigação de “lembrá-las anualmente” –
do tipo matéria para “passar de ano” – passou a prova, junto
segue a necessidade de retê-la. Dificilmente
nos esquecemos de algo ou alguém que ocupa “uma definição de
querer sincero, de admiração verdadeira, de valor estimado, etc...”
em nossas emoções. Celebrar o “Momento
de Brotamento” apresenta-me como um acontecimento de valor fixado
ou “valorado” – Vou explicar: Se temos Guarulhos,
Galeão, Confins;
e entre estes aeroportos ainda temos Congonhas, Santos Dumont,
Pampulha, o tempo todo “ligado aos demais” à espera de voo,
mostra-nos claramente que existe
muito mais do que uma “relação simétrica”
entre estes aeroportos; existem
relações orientadas e mistas (pois cada
Aeroporto mesmo que siga “as regras gerais” diante de suas
situações peculiares, em um dado momento, podem apresentar ações
comportamentais diferenciadas) ficando-nos
claro a necessária “interação” de ligação entre eles e até
entre as pessoas que ali trabalham ou que usufruem da prestação de
seus serviços. Parece complicado não!? Mas
é bem simples... Matematicamente falando, Um
“grafo valorado” ou “grafo ponderado”
é
um grafo que possui
funções relacionando
o conjunto
de vértices
ou o
conjunto
de arestas
a conjunto
de números.
É dito Ser Valorado quando
existe uma ou mais funções relacionando “um”
ou
“outro”
com
um conjunto de números.
Em
um grafo valorado se pode usar as representações usuais para
grafos. A matriz
de adjacência é
comumente conhecida como matriz
de valores das ligações ou
simplesmente matriz
de valores.
Na
lista
de adjacência cada
linha vem acompanhada de seus valores respectivos.
Em
muitos casos, no entanto, interessa apenas o inter-relacionamento dos
vértices -
e não se definem funções, ou se pode considerar que elas são
constantes. Diz-se então que o grafo é um grafo não valorado.
Podemos fazer uma análise rápida de um exemplo: Se
fazemos semanalmente um voo acabamos por prestar atenção em todas
“as manhas necessárias” que acabam por facilitar nossa vida.
Podemos fazer amizade com pessoas que trabalham nas aeronaves,
abrirmos nossos horizontes formando vínculos com pessoas que também
fazem aquele percurso, mesmo que seja vez ou outra; com pessoas que
estão instaladas ali em seus comércios, etc... Esta
interação – faz-nos lembrar, sem esforço, sem anotação ou
obrigação de tudo que “automaticamente precisamos” para
circularmos com segurança aquele espaço...
E
sem percebermos, muitos fatores estão interligados às nossas
ações... Se em outros aeroportos nos deparamos com “problemas
semelhantes”, sem sombra de dúvida os resolveremos sem tanto stress em detrimento à estas “nossas experiências diárias que
foram acumuladas em nossos registros de memória”, passaram a fazer
parte de nossas vidas e fazem parte das experiências que estão
interligadas às nossas constantes necessidades. Na
regra dos aeroportos de nossas vidas, a coisa não é tão
diferente... Podemos
valorar nossas relações se
não nos atemos à simples simetria... E Assim sem que percebamos,
Formamos os Chamados Arcos... Em nossos movimentos compartilhados
dentro de uma interação que agrega valores à nossa existência...
Então,
começamos a entender “a função” importante que cada pessoa
ocupa em nossas vidas
– Agora, passando para a fala ligada ao “português das nossas
existências” descobrimos que diariamente,
agregamos
um caráter de argumentação
às nossas narrações, e sem nos apercebermos, estaremos
tranformando-a em valorada. Ao passo que se nos atemos à
transposição dos fatos “como realmente eles são no momento”,
portando-nos como fidedignos à sua estrutura e formação, “nossa
narração será simples, direta, simétrica”; sem “reais motivos
ou argumentos para se manterem vivos nos registros de nossas
memórias”. A argumentação valorada sobrevive às intempéries
com mais firmeza... Os motivos, as motivações, etc... são indícios
de sua permanência ou de sua posterior amplidão... A este exemplo
posso citar o fato de nos
primeiros anos de minha vida, ter sido cuidada sob a proteção de
pessoas mais velhas e experientes... Poucos eram os jovens que
circundavam o mundo de minha mãe. E no desenrolar dos acontecimentos
minha avó paterna soube me presentear diariamente com seus mimos,
com seus cuidados... Com suas motivações que aguçavam os “meus
motivos” de querer voar... E mesmo que à minha maneira,
continuasse crescendo alegre
e ganhando tamanho e forças para ser eu mesma, um parâmetro
existia... A argumentação se completava; apesar de cedo notar que
era tutorada por duas sábias mulheres para não me dobrar; também
era “podada”, para ser bem-educada e civilizada; seria impossível
“não apreender tais vivências”... Tudo ainda está muito
vivo... Foram e são muitos “os argumentos”... São muitas as
interações que agregaram valores e formaram seus arcos em minha
simples rotina...
O que não me impede de “ampliar” o campo das relações que
fugirão às simples e duras relações de necessidade simétrica que
vivemos diariamente. Para “argumentarmos”, para mantermos “a
matriz
de valores das ligações” em nossas vidas, precisamos de
“ousadia”. Os Ousados são diferentes porque possuem de natureza
esta “marca”... Não se casam só porque os outros casam, não
pintam os cabelos pelo que os outros vão pensar dos brancos, não
comem alcaparras ou usam vinagre balsâmico porque está na moda,
etc... Os Ousados Criam, Pintam, Plantam... O Mundo de Seus Sonhos...
O Ousado se permite surpreender seu olhar e o olhar dos outros, por
isto ESCOLHE SEM RECEIO... Sem medo dos outros... Digo
os outros, principalmente porque por incrível que pareça a opinião do outro tem sido mais importante para nossas vidas, do que a
nossa; e Já que temos
a sorte de poder escolher entre uma quantidade enorme de variedades
que se desfilam à nossa frente e outras que
ajudam na formação de uma paisagem peculiar e cheia de
características próprias, por que não usar
desse privilégio e inventar uma paisagem nova, plena de surpresas e
de novas nuanças ao nosso redor!? Inventei uma “teoria de
Brotamento comparado à Matemática e ao Português” por motivos
que podem ser estranhos e até fúteis a quem lê; mas que podem ser
altamente relevantes à minha pessoa. Será
mesmo atrevimento, o deleite do escolher!? Porquê!? Se todos nós,
ricos ou pobres, velhos ou jovens, temos nossas fantasias e ilusões!?
E se estas mesmas ilusões navegam pelos rios imaginários de nossos
pensamentos, porque achamos tão difícil “destravá-las”!? Só
pelo simples fato de serem nossas!? Sonhos e verdades interiores se
tornam cada dia mais distantes de encontrar nas “obras”
existentes, o registro de seus “autores”. Nos negamos a assinar
em baixo do que “sonhamos” para nossas vidas. Cultivamos muitos
medos... E muitas vezes fazemos questão de nos apresentarmos diante
dos outros, como eles querem – e não como somos. De que importará
ao outro se nossas teorias sobre o “significado de aniversário”
são “amalucadas” e quem sabe até sem sentido!? De que adiantará
ao outro se temos sonhos eróticos; se possuímos visões opulentas
de riqueza ou aspirações de poder; se discordamos “de plagiar”
a maneira que ele ou o outro escolheu para viver por ser “a
certinha”!? De uma forma ou de outra, sempre
estamos alimentando desejos de mudar e até,
quem sabe, aparecer como por milagre naquele paraíso utópico que
bem poderia ser o próprio Jardim do Éden, mas “pensamos
demais”... E enquanto pensamos, o tempo passa... As oportunidades
passam... Por isso e muito mais, quero continuar “me permitindo”
reflorestar com muita ousadia e coragem... os sonhos de minha vida
com as espécies que julgar necessárias à boa “oxigenação” de
meus atos... Desejo o Ar Puro... Quero ser envolvida por ele...
Desejo o Paraíso... Nele hei de habitar... Sei que dependerá muito
mais de mim mesma do que qualquer outra energia de Poder; dependerá
das “minhas escolhas”; do que da própria ação da Natureza...
Tenho consciência de que qualquer que seja a minha escolha, ela
precisará vir acompanhada de muita Gentileza e Respeito ao Jardim do
meu vizinho... Mesmo que ele prefira e escolha cultivar “ervas
daninhas” em seu Sagrado Espaço... Peço agora a interseção de
meus ancestrais para me ajudarem a levar ao Universo o meu pedido da
continuada Luz que me Aquece e Ilumina... Só ela pode me ajudar a
cultivar e desenvolver todos os Dons que me auxiliarão anualmente no
meu “brotamento com viço e tesão”... Eles serão os
ingredientes que permitirão meu filho continuar afirmando ano após
ano carinhosamente: “Mamãe, você é meu Raio de Sol... Você é
meu Diamante”... Tem Presente maior que este!?
Cleide
Arantes.
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