domingo, 2 de dezembro de 2012


E Por Falar em Jardim...


Muitas são as vezes que nos rebelamos ou choramos por desacreditar que ainda possamos conseguir “construir o jardim de nossos sonhos”. Parece que “as pragas que viajam no vento”, sempre estão encontrando guarida nas plantinhas alegres, coloridas, atrativas e suculentas que crescem em nosso jardim. E então também nos pomos “a praguejar” – reclamamos desde o primeiro instante de nossa plantação – da preparação do solo, onde havia nos faltado pás e rastelos; onde sentíamos descontentes com o reduzido espaço, com a falta de dinheiro para a compra dos adubos, com o tempo curto para regá-lo, etc... Gastamos um enorme tempo “praguejando até os problemas que não existem mais” em vez de estarmos procurando reinventar novas soluções para o brotamento do jardim de nossos sonhos. Será que é tão difícil entender que primeiro O NOSSO JARDIM tem que ser edificado em nosso coração!? Que o espaço fora é apenas um detalhe!? Que se nosso jardim for feito de forma verdadeira, ele irá se alimentar com sol e com chuvas, com luas e calores e, especialmente, com nossa sensibilidade que alimenta sensações vestidas de verde e ornadas com flores inventadas!? Penso que nosso jardim é algo tão intimo, tão pessoal, que nada pode impedir que ele cresça e floresça, se este for o nosso verdadeiro desejo. O nosso principal jardim é aquele cantinho escondido que sempre está disposto a servir-nos de refúgio e nos admite, para que possamos ser invisíveis perante todos e, desse modo, nos seja facilitado mergulhar dentro de nossa alma carente de água fresca, cores e flores perfumadas. Ele não precisa ter estilo extravagante, requintado, exclusivista, nem de grandes complicações, talvez nem de plantas raras e caras. Entretanto, não pode carecer de emoção, e essa emoção não pode ser comprada, deve comover o lado um tanto camuflado que temos dentro de nós –  para isto precisamos colher as sementes que germinarão graças às nossas vontades e a nossa imaginação. Esse jardim é algo íntimo e insondável, por isso a aprovação alheia passa a não ter “o menor valor” – a satisfação deve vir da nossa Alma! Afinal nós é que vamos sentir os aromas e o rumor da brisa gracejando ao tocar os mais simples moradores que ali fizeram morada. Os Privilegiados a sentir o que o jardim pode nos revelar, somos nós... Mesmo que ele seja apenas nosso confidente; seja o único a partilhar do inexplicável, nos dando gotas de orvalho em troca de nossas lágrimas; mesmo que inicialmente nosso jardim esteja protegido por uma cerca de enigmas, às vezes florida, outras apenas verdes, ou já em outras secas... Importará apenas o fato de SER nosso jardim... A nós ele sempre estará reservado... Precisamos Acreditar no poder da Magia que o envolve a cada vez que nos dispomos cultivá-lo e visita-lo. Não há sombra de dúvida que Ele é e precisa ser o nosso espaço silencioso; o nosso cantinho misterioso e desconhecido do mundo – o que não quer dizer que ali devemos permanecer por todos os dias de nossa existência. Ele é “um lugar secreto só nosso” para nos dar as coordenadas “das regras de sobrevivência” na Floresta da Vida – Cheia de cascatas cristalinas, raras vegetações, raros animais assim como regras entremeadas de pântanos, erosões vulcânicas, animais perigosos, etc... E exatamente porque ali, podemos permanecer alimentando desejos de mudar e até, quem sabe, aparecer de modo marcante, como por um milagre fora do nosso paraíso utópico é que precisamos encarar com naturalidade a atração e o desafio pedidos pelas sementes semeadas naquele espaço que nos fora reservado para as Horas Sagradas e exclusivas entradas.

Cleide Arantes.

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