Pessoas mais
Responsáveis,
Sensíveis e Alertas...
Sensíveis e Alertas...
É difícil amar pessoas reais, porque uma pessoa real, não vai
cumprir as suas expectativas. Ela não está aqui para cumprir as
expectativas de qualquer outra pessoa. Ela
tem que viver sua própria vida. E sempre que ela se move para algum
lugar em desacordo com você ou não está em sintonia com seus sentimentos ou com
suas emoções, torna-se difícil. É
muito fácil pensar sobre o amor. É muito
difícil amar. É muito fácil amar o mundo inteiro. A verdadeira
dificuldade é amar um ser humano único. É muito fácil amar a Deus ou a humanidade. O verdadeiro problema surge
quando você se encontra com uma pessoa real e você a encara. Para
encará-la é preciso passar por uma grande mudança e um grande desafio. É preciso entender que este é um problema
real. Não tem nada a ver com você pessoalmente. O problema tem a ver com todo o
fenômeno do amor. Não o torne um problema pessoal, caso contrário, você estará
em dificuldade. Todo mundo tem que enfrentar o mesmo problema, uns mais outros
menos. Eu nunca encontrei uma pessoa que
não tenha dificuldade em amar. Tem algo a ver com o amor, com o mundo do amor.
O próprio relacionamento traz muitas situações onde os problemas surgem… e é
bom passar por eles. No Oriente
pessoas escaparam dos relacionamentos simplesmente por verem suas dificuldades.
Eles começaram a negar seu amor, rejeitando o seu amor. Tornaram-se sem amor e
chamaram isto de não apego. Por eles terem se tornado amortecido o amor
quase desapareceu e só a meditação permaneceu no oriente. Meditação significa que você está se sentindo bem na sua solidão.
Meditação significa que você está se relacionando apenas consigo mesmo. Seu
círculo se completa com você mesmo, você não sai dele. É claro que 99 por
cento dos seus problemas estão resolvidos – mas a um custo muito grande. Você
será menos problemático. O homem oriental é menos ansioso, menos tenso…
quase vive na sua própria caverna interior, protegido, com os olhos fechados. Ele não permite que a sua
energia se mova. Ele faz um curto-circuito… um movimento de energia dentro de
seu pequeno ser e ele estão felizes. Mas
sua felicidade é um pouco morta. Sua felicidade não é uma alegria. Assim, no Oriente tentamos viver sem amor, renunciando ao mundo
– que significa renunciar ao amor – renunciar à mulher, ao homem, e todas as
possibilidades onde o amor pode florescer. No Ocidente justamente o oposto aconteceu. As pessoas
tentaram encontrar a felicidade através do amor e elas criaram muitas
dificuldades. Elas perderam todo o contato com elas mesmas. Elas se mudaram
para longe de si mesmas e não sabem como voltar. Elas
não sabem onde está o caminho, onde está sua casa. Então, elas se sentem sem
valor, sem-teto, e elas vão fazendo mais e mais esforços para amar tal mulher
ou tal homem – heterossexual, homossexual, auto sexual. Elas vão tentar de
todas as maneiras e, novamente, sentem-se vazias, porque o amor sozinho pode
lhe dar felicidade, mas não lhe trará o silêncio que nele existe. E quando há felicidade e não há silêncio, mais uma vez algo está
faltando. Quando você está feliz
sem silêncio, a sua felicidade será como uma febre – muita excitação… muito
barulho pra nada. Esse estado febril criará muita tensão em você, e nada vai acontecer por estar
correndo, perseguindo os desejos. E um dia se chega a perceber que todo o esforço foi sem
fundamento, porque você tem tentado
encontrar o outro sem ter encontrado a si mesmo. Ambas as maneiras tem falhado. O Oriente falhou porque tentou a meditação sem amor. O Ocidente falhou porque
tentou amor sem meditação. Todo
o meu esforço é dar-lhe uma síntese do todo – o que significa meditação com
amor. A pessoa tem que ser capaz de ser feliz sozinha e deve também ser
capaz de ser feliz com os outros. Assim, a meditação deve
ser um abrigo interior, um santuário interior. Sempre que você sente que o mundo é demais para você, você pode
mover-se em seu santuário. Você pode ter um banho em seu ser
interior. Você pode rejuvenescer. Você pode sair ressuscitado, novamente vivo,
fresco, jovem, renovado… para viver, para ser. Mas, você também deve ser capaz
de amar as pessoas e enfrentar os problemas, porque um silêncio que é impotente
e não pode enfrentar problemas não é muito um silêncio, não vale muito.
Só o silêncio que pode
enfrentar problemas e permanecer em silêncio é algo a ser almejado, a se
desejar. Então, duas coisas que
eu gostaria de dizer: comecem a praticar meditação… Primeiro, porque é sempre
bom começar a partir do próprio centro de seu ser, que é a meditação. Mas nunca
ficar preso nela. A meditação deve mover-se
em flor, desdobrar e se tornar amor. A segunda coisa, é participar de alguns grupos de terapia. E não
se preocupe… não torne isto um problema – não é. É simplesmente humano, é
natural. Todo mundo tem medo – tem
que ter. A vida é tal que os medos têm que existir. E as pessoas que se
tornam sem medo, não foram porque se tornaram corajosas – porque um homem
corajoso só tem reprimido o seu medo, ele não é realmente destemido. Um
homem torna-se sem medo, aceitando seus medos. Não é uma questão de coragem. É
simplesmente olhar para os fatos da vida e perceber que esses medos são
naturais. Quando são aceitos.
O problema surge porque você quer rejeitá-los. Você tem sido ensinado com
ideias muito egoístas – “Seja corajoso”. Que absurdo! Tolos! Como pode um homem
inteligente evitar medos? Se você é estúpido, você não terá qualquer receio. Portanto, quando digo que você
vai se livrar do seu medo, não quero dizer que não haverá temores na vida. Você
vai saber que noventa por cento dos seus medos são apenas imaginação. Dez por cento são reais e é preciso aceitá-los. Eu não
torno as pessoas corajosas. Eu torno-as mais responsáveis, mais sensíveis e
alertas. E
estar alerta é suficiente. Elas se tornam conscientes de que elas podem usar seus medos
também como trampolins.
Então não se preocupem.”
Osho.
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