sábado, 5 de janeiro de 2013


Com o Cheirinho bom 

de Vovó e Maria Ricarda...


Desde meus tempos de menina, sou apaixonada por ervas... Minha sagrada vovó sempre teve às mãos “um raminho” que curava tudo... Ainda lembro-me bem de ir à casa de Dnª Maria Ricarda (uma gostosura de senhora, que nos benzia semanalmente; mãe de um dos homens mais inteligentes que tive o prazer de conhecer – Silvio Neves); ali, em sua casa, bem cedinho ou à tardezinha, ficávamos por entre suas plantas que tinham uma linda morada à frente de sua residência, enquanto ela nos benzia – parecia mesmo o paraíso – tudo ali era mágico – desde o cheirinho bom de... Mato!? Paraíso!? Até o som da orquestra mais afinada que já pude ouvir... Formada pelas aves que possuía junto aos pássaros que se atreviam assumir a direção do espetáculo. Incrível como as plantas nos oferecem um mundo de sensações e possibilidades... De aromas, formas e sabores variados... Elas são, acima de tudo, simples e ao mesmo tempo grandiosas em seu poder medicinal, cosmético, culinário, mágico e tantos outros... Sempre estão prontas para cuidar do nosso corpo e da nossa alma, sem cobrar-nos pela prestação de seus serviços. Hoje, além de cultivá-las, tenho imenso prazer em usá-las para embelezar e harmonizar minha casa, assim como meu corpo físico e espiritual. É sabido por todos que desde a antiguidade lhe foi designado um espaço privilegiado, por seu grande poder curativo. E, através da história e permanência de seu uso, prevalecem sendo usadas na fabricação de remédios, combatendo pestes, higienizando, conservando, temperando e como importantes ingredientes das mais variadas “poções” de encantamento, Amor e Ternura... O herbalismo é um conhecimento milenar que passou de geração a geração e ainda é muito significativo em nossos dias. Como as ervas são sutis!!! Agem sem alarde, discretamente e a longo prazo... As mais comuns e modestas costumam ser as mais preciosas. Nos tempos de minha avó, as hortas nos quintais existiam em abundância... Dificilmente uma casa não possuía uma hortinha em um de seus cantinhos sagrados... E quando nascia uma plantinha diferente do que haviam plantado, ouvi muito a vovó afirmar que “eram as mais preciosas” pois as que nasciam espontaneamente, nos quintais, eram as plantas de que mais aquelas pessoas um dia iriam precisar... Hoje vejo que esta teoria pode ter um fundo bem caprichado de verdade... A Arnica Campestre que “sem querer querendo” passou a florescer em minha casa em uma simples caixa de isopor, foi a que mais me ajudou na cicatrização das minhas feridas na época em que meu pai partiu desta vida terrena... Como o Milefólio, a Malva (como sinto-me bem com aquele cheirinho agradável que ela exala no momento em que vou lhe dar de beber...) Assim, independentemente das inúmeras maneiras em que são usadas, elas sempre são plantas que harmonizam, protegem e curam nossas vidas...
Hoje, em companhia de meu filho e meu companheiro, são as maiores estrelas da minha horta e da varanda de minha existência!

Cleide Arantes.

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