sexta-feira, 11 de janeiro de 2013


47 Anos de Brotamento
    
   

Não celebro hoje meu aniversário e, sim, o momento em que brotei para a vida aparecendo neste mundo. Aniversário lembra festa, presentes, abraços, beijos, palavras sinceras e falsas (como se fosse para “marcar o ponto”); quantas são as pessoas que possuem suas agendas com datas de aniversário, para não se esquecer de quem forçosamente precisa ser lembrado – de um modo geral estas pessoas são incapazes de apreenderem em suas mentes “aquelas datas” e as anotam porque infelizmente possuem a obrigação de “lembrá-las anualmente” – do tipo matéria para “passar de ano” – passou a prova, junto segue a necessidade de retê-la. Dificilmente nos esquecemos de algo ou alguém que ocupa “uma definição de querer sincero, de admiração verdadeira, de valor estimado, etc...” em nossas emoções. Celebrar o “Momento de Brotamento” apresenta-me como um acontecimento de valor fixado ou “valorado” – Vou explicar: Se temos Guarulhos, Galeão, Confins; e entre estes aeroportos ainda temos Congonhas, Santos Dumont, Pampulha, o tempo todo “ligado aos demais” à espera de voo, mostra-nos claramente que existe muito mais do que uma “relação simétrica” entre estes aeroportos; existem relações orientadas e mistas (pois cada Aeroporto mesmo que siga “as regras gerais” diante de suas situações peculiares, em um dado momento, podem apresentar ações comportamentais diferenciadas) ficando-nos claro a necessária “interação” de ligação entre eles e até entre as pessoas que ali trabalham ou que usufruem da prestação de seus serviços. Parece complicado não!? Mas é bem simples... Matematicamente falando, Um “grafo valorado” ou “grafo ponderado” é um grafo que possui funções relacionando o conjunto de vértices ou o conjunto de arestas a conjunto de números. É dito Ser Valorado quando existe uma ou mais funções relacionando “um” ou “outro com um conjunto de números. Em um grafo valorado se pode usar as representações usuais para grafos. A matriz de adjacência é comumente conhecida como matriz de valores das ligações ou simplesmente matriz de valores. Na lista de adjacência cada linha vem acompanhada de seus valores respectivos. Em muitos casos, no entanto, interessa apenas o inter-relacionamento dos vértices - e não se definem funções, ou se pode considerar que elas são constantes. Diz-se então que o grafo é um grafo não valorado. Podemos fazer uma análise rápida de um exemplo: Se fazemos semanalmente um voo  acabamos por prestar atenção em todas “as manhas necessárias” que acabam por facilitar nossa vida. Podemos fazer amizade com pessoas que trabalham nas aeronaves, abrirmos nossos horizontes formando vínculos com pessoas que também fazem aquele percurso, mesmo que seja vez ou outra; com pessoas que estão instaladas ali em seus comércios, etc... Esta interação – faz-nos lembrar, sem esforço, sem anotação ou obrigação de tudo que “automaticamente precisamos” para circularmos com segurança aquele espaço... E sem percebermos, muitos fatores estão interligados às nossas ações... Se em outros aeroportos nos deparamos com “problemas semelhantes”, sem sombra de dúvida os resolveremos sem tanto stress  em detrimento à estas “nossas experiências diárias que foram acumuladas em nossos registros de memória”, passaram a fazer parte de nossas vidas e fazem parte das experiências que estão interligadas às nossas constantes necessidades. Na regra dos aeroportos de nossas vidas, a coisa não é tão diferente... Podemos valorar nossas relações se não nos atemos à simples simetria... E Assim sem que percebamos, Formamos os Chamados Arcos... Em nossos movimentos compartilhados dentro de uma interação que agrega valores à nossa existência... Então, começamos a entender “a função” importante que cada pessoa ocupa em nossas vidas – Agora, passando para a fala ligada ao “português das nossas existências” descobrimos que diariamente, agregamos um caráter de argumentação às nossas narrações, e sem nos apercebermos, estaremos tranformando-a em valorada. Ao passo que se nos atemos à transposição dos fatos “como realmente eles são no momento”, portando-nos como fidedignos à sua estrutura e formação, “nossa narração será simples, direta, simétrica”; sem “reais motivos ou argumentos para se manterem vivos nos registros de nossas memórias”. A argumentação valorada sobrevive às intempéries com mais firmeza... Os motivos, as motivações, etc... são indícios de sua permanência ou de sua posterior amplidão... A este exemplo posso citar o fato de nos primeiros anos de minha vida, ter sido cuidada sob a proteção de pessoas mais velhas e experientes... Poucos eram os jovens que circundavam o mundo de minha mãe. E no desenrolar dos acontecimentos minha avó paterna soube me presentear diariamente com seus mimos, com seus cuidados... Com suas motivações que aguçavam os “meus motivos” de querer voar... E mesmo que à minha maneira, continuasse crescendo alegre e ganhando tamanho e forças para ser eu mesma, um parâmetro existia... A argumentação se completava; apesar de cedo notar que era tutorada por duas sábias mulheres para não me dobrar; também era “podada”, para ser bem-educada e civilizada; seria impossível “não apreender tais vivências”... Tudo ainda está muito vivo... Foram e são muitos “os argumentos”... São muitas as interações que agregaram valores e formaram seus arcos em minha simples rotina... O que não me impede de “ampliar” o campo das relações que fugirão às simples e duras relações de necessidade simétrica que vivemos diariamente. Para “argumentarmos”, para mantermos “a matriz de valores das ligações” em nossas vidas, precisamos de “ousadia”. Os Ousados são diferentes porque possuem de natureza esta “marca”... Não se casam só porque os outros casam, não pintam os cabelos pelo que os outros vão pensar dos brancos, não comem alcaparras ou usam vinagre balsâmico porque está na moda, etc... Os Ousados Criam, Pintam, Plantam... O Mundo de Seus Sonhos... O Ousado se permite surpreender seu olhar e o olhar dos outros, por isto ESCOLHE SEM RECEIO... Sem medo dos outros... Digo os outros, principalmente porque por incrível que pareça a opinião do outro tem sido mais importante para nossas vidas, do que a nossa; e Já que temos a sorte de poder escolher entre uma quantidade enorme de variedades que se desfilam à nossa frente e outras que ajudam na formação de uma paisagem peculiar e cheia de características próprias, por que não usar desse privilégio e inventar uma paisagem nova, plena de surpresas e de novas nuanças ao nosso redor!? Inventei uma “teoria de Brotamento comparado à Matemática e ao Português” por motivos que podem ser estranhos e até fúteis a quem lê; mas que podem ser altamente relevantes à minha pessoa. Será mesmo atrevimento, o deleite do escolher!? Porquê!? Se todos nós, ricos ou pobres, velhos ou jovens, temos nossas fantasias e ilusões!? E se estas mesmas ilusões navegam pelos rios imaginários de nossos pensamentos, porque achamos tão difícil “destravá-las”!? Só pelo simples fato de serem nossas!? Sonhos e verdades interiores se tornam cada dia mais distantes de encontrar nas “obras” existentes, o registro de seus “autores”. Nos negamos a assinar em baixo do que “sonhamos” para nossas vidas. Cultivamos muitos medos... E muitas vezes fazemos questão de nos apresentarmos diante dos outros, como eles querem – e não como somos. De que importará ao outro se nossas teorias sobre o “significado de aniversário” são “amalucadas” e quem sabe até sem sentido!? De que adiantará ao outro se temos sonhos eróticos; se possuímos visões opulentas de riqueza ou aspirações de poder; se discordamos “de plagiar” a maneira que ele ou o outro escolheu para viver por ser “a certinha”!? De uma forma ou de outra, sempre estamos alimentando desejos de mudar e até, quem sabe, aparecer como por milagre naquele paraíso utópico que bem poderia ser o próprio Jardim do Éden, mas “pensamos demais”... E enquanto pensamos, o tempo passa... As oportunidades passam... Por isso e muito mais, quero continuar “me permitindo” reflorestar com muita ousadia e coragem... os sonhos de minha vida com as espécies que julgar necessárias à boa “oxigenação” de meus atos... Desejo o Ar Puro... Quero ser envolvida por ele... Desejo o Paraíso... Nele hei de habitar... Sei que dependerá muito mais de mim mesma do que qualquer outra energia de Poder; dependerá das “minhas escolhas”; do que da própria ação da Natureza... Tenho consciência de que qualquer que seja a minha escolha, ela precisará vir acompanhada de muita Gentileza e Respeito ao Jardim do meu vizinho... Mesmo que ele prefira e escolha cultivar “ervas daninhas” em seu Sagrado Espaço... Peço agora a interseção de meus ancestrais para me ajudarem a levar ao Universo o meu pedido da continuada Luz que me Aquece e Ilumina... Só ela pode me ajudar a cultivar e desenvolver todos os Dons que me auxiliarão anualmente no meu “brotamento com viço e tesão”... Eles serão os ingredientes que permitirão meu filho continuar afirmando ano após ano carinhosamente: “Mamãe, você é meu Raio de Sol... Você é meu Diamante”... Tem Presente maior que este!?

Cleide Arantes.  

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