Aprendendo
a Interpretar com Reverência a Linguagem do Coração.
Há
milhares de anos atrás, um rapaz lindo de olhar triste – expressava claramente
que lhe faltava alegria... Faltava-lhe Prazer em tudo que fazia... Era sabido
por todos que o conhecia que até na escolha profissional algo não estava
certo... Caso não me digam o
contrário sei que esta escolha de forma alguma chegou a ser exigência de seus
pais – que por sinal fizeram “de um tudo” para que seu “sonho” fosse
realizado... E passado o grande dia, voltou a trabalhar... E desde então
trabalha porque O GANHAR DINHEIRO está acima de tudo – Começou a trabalhar
longe de tudo e de todos – Escolheu sacrificar algo muito valioso que construiu
durante toda sua vida – com os Amigos, com os familiares, com “a galera que se
reunia para trabalhar a sua espiritualidade” e Partiu... Em busca do TER – seu
conceito de “realização pessoal” atraía cada vez mais “amantes” que pensavam do
“mês tipim” – como dizia minha antiga professora de matemática. E aquele rapaz
que “sempre defendeu o seu querer, aquele rapaz que sempre teve voz ativa” –
Por incrível que pareça passou de ATIVO PARA PASSIVO – e não sei por que carga
d’água se entregou de corpo e alma a um vício que fora confundido com AMOR.
Gente, que água esta criatura bebeu? Que água é esta que lavou e apagou o fogo
que habitava suas entranhas e o fazia sorrir, dançar, festejar, comungar e
partilhar da vida de seus familiares e amigos como se não houvesse amanhã!? E
como ele sofria... Como chorava às escondidas pelos atos desumanos advindos do
tão viciado amor!?... Um belo dia os sinos tocaram em sua mente... Resolveu
começar seu processo de desmame ao Vício que o fez tão viciado – Separou-se.
Sentiu-se como um escravo alforriado – Recebeu sua carta – mas não conseguia se
distanciar de sua antiga Ama – vivia por perto atendendo aos seus chamados. Até que... Outra Ama apareceu... Muito
antes que seu sentimento de Poder fazer
com a Certeza de Liberdade estivesse
bem claro dentro dele... E mais uma vez, seus conceitos e suas experiências
de “realização pessoal” não lhe permitiram “aprender com os erros” – A impressão que se tinha é que “ele vivia
preocupado em mostrar à sociedade que o escravizou” que ainda conseguiria ser
tão “certinho” como eles – que cumpriria à risca as normas impostas para
“ser feliz como eles apresentavam ser”; pois trabalhavam, ganhavam
dinheiro, compravam o carro dos sonhos, se casavam, tinham filhos, ou tinham
filhos e sentiam-se obrigados a se casar; e já que se casaram por causa de um
filho – decidiam por ter outro... E quem sabe outro – já que o certo é ter no mínimo dois – pois também é costume da
sociedade que sempre o manteve preso às correntes contar com a morte de um; possuíam
conta bancária com reservas para as possíveis eventualidades – do tipo –
doença, morte, especialização profissional, etc... E a vida a cada instante estava sendo deixada de ser vivida... Sem se
aperceber-se de que A DÁDIVA DO SENTIR O AGORA estava ficando para amanhã! E o lindo rapaz de olhos tristes ficava
cada vez mais triste... Não sabia o que era caminhar de mãos dadas na praça... Não
experimentou mais o mergulho no azul do mar... Não sentiu mais o vento
beijar-lhe o rosto enquanto curtia a noite estrelada sentado à cadeira de
balanço que acomodava na calçada... Notícia dos Amigos!? Como!? Cada um passou
a viver em seu quadrado! Só o Pai e a mãe que arriscavam se aproximar na
tentativa de lhe fazer um agrado! Estando sempre a lhe interrogar: “– Filho
está acontecendo algo!? Você tem estado tão triste e assoberbado!? É só o
trabalho ou há outro mal grado!?” E quanto mais procurava provar aos outros sua
felicidade, mais praticava atos que o distanciava cada vez mais dela...
Infelizmente ele continua viciado “no certo” – antes mal acompanhado do que
sozinho – disseram a ele! E quando ele chegar a ser UM HOMEM IMPORTANTE E
FAMOSO – como ele se apresentará em meio aos famosos!? Mal sabe ele que os
bastidores dos famosos têm cheiro de carniça... Quem sabe por SEREM INFIÉIS AO
QUE SEMPRE SONHARAM! Hoje o rapaz
triste, cada vez mais triste vive “segundo a vontade de sua Ama” – mesmo
tendo comido o pão que o Diabo amassou com o rabo nas mãos da outra – e quem
sabe esta não é “mais dona da verdade que ele precisa viver do que aquela o ditava”!? Sabe-se lá... Só o rapaz
triste poderá dizer! Porém esta insanidade por parte dele... Não irá
acontecer... Ele faz tudo dentro dos conformes... É autossuficiente e jamais
cometerá um ato profano... Mas onde
estará passeando a SUA VERDADE!? Será ela pálida, preta, alva ou acinzentada
como as tardes de dias sem sol? E por falar em sol, não poderia deixar de
narrar que em um dia lindo e encalorado o rapaz recebeu a notícia de que “seria
pai” – e para não ficar tão feio – contou ao mundo que aquele anjo já havia
sido por ele programado – É... Não podia ser diferente... Ele sempre fez tudo
certinho... Tão certinho que seu anjinho
esperado e criteriosamente programado não permitiria à Mamãe e ao papai
viver “no pecado”... A data do casamento já foi até marcada! E o rapaz de olhos
tristes, cada vez mais triste acaba ficando cada vez mais acorrentado... Será
mesmo que foi um feitiço que o fez agir tão “cegado”!? Dizem que o moço triste
é mineiro, e que os mineiros ainda pagarão nesta vida por muitos de seus
pecados... Condenaram à morte Tiradentes depois de roubarem seu legado... E cá
prás bandas de onde moro a estória é contada com a mesma tristeza dos olhos
tristes do Rapaz... Sabem os que narram que só mesmo um milagre poderá
devolver-lhe a alegria ao brilho de seus olhos... Só mesmo um milagre o levará
a sentir prazer de verdade ao bater um bom papo com a vizinha, a madrinha, um
moleque ou um escolado, chupando um picolé comprado na rua em frente ao
mercado... Só mesmo um milagre o fará
descobrir que para ser feliz e criar um filho não é preciso viver como “o gado”
puxado a uma canga presa a um arado... Para ser feliz é preciso por
exemplo, apenas permitir ao filho chupar manga sem o medo do lambrecado... Chupar
jabuticaba e comer goiaba sem pensar que ficará encalhado... Sair na calçada
sem camisa e esquecer que a filha da vizinha está de olho pró seu lado...
Experimentar de um tudo na feira prá economizar uns bons trocados... Tomar
banho de chuva na rua sem pensar no resfriado... Flertar com a loira ou a
morena sem dormir desassossegado... Sair a qualquer hora com o Amigo sem se
preocupar com o que vai dizer quem está morando do lado... É ter Tesão e ter
muita energia... Para dar conta do Recado... A vida é muito simples... Nós é
que fazemos questão de dar um jeitinho de azedar o leite prá tomar o soro
dizendo que se Deus quer assim, assim será e não tem como ser mudado – trocando
a oportunidade de andar como se deve prá viver ajoelhado... Quem sabe o moço
triste não resolve pensar no conselho que no centro lhe foi dado – “Oia moço, toma
um bom gole de pinga mineira prá consertar o que lhe foi estragado – e ainda
com o efeito dela “ocê arruma uma
benzedeira prá lhe curá o mal oiado!” “ARA SÔ A VIDA É UM TREM BÃO POR
DIMAIS... E AS MINERINHA!? NO MEU MODO DI VÊ SÃO MUITO MAIS!” “Viciá num amor
só prá toda vida é coisa de loco...” Dizem que é coisa de pobre... Ocê precisa
querê mesmo é vivê e “partilhá com os amigo” como sua Santa Consciência lhe diz:
na alegria, na doença, no prazer... Sem se preocupá tanto no qui vai dá... Passá a vivê...
Livre... Como um pardal, um urubu, uma águia, um canário ou uirapuru... A
espécie aqui num vai jugá... O mais importante é ocê dá conta de bater suas
asas e vuá...” E foi com estas palavras que o moço triste dali se
retirou... O final da estória!? Ficará
com você... Quanto ao meu final... Vai ser preciso um pouco mais de tempo... Quem sabe algumas encarnações... E
quem viver ou renascer verá... Se o moço triste adquiriu o conhecimento que de forma bem clara
o fora permitido registrar – que em
resposta aos seus estímulos haveria de transformar na “experiência do apreender”
a Sagrada Percepção contida no calor da Luz com a energia sem choque que a auto-cardioversão
o presentearia em Reverência aos Desejos mais íntimos de seu Coração para a si só, um dia poder Salvar.
Cleide
Arantes.
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