domingo, 19 de agosto de 2012


Aprendendo a Interpretar com Reverência a Linguagem do Coração.   




Há milhares de anos atrás, um rapaz lindo de olhar triste – expressava claramente que lhe faltava alegria... Faltava-lhe Prazer em tudo que fazia... Era sabido por todos que o conhecia que até na escolha profissional algo não estava certo... Caso não me digam o contrário sei que esta escolha de forma alguma chegou a ser exigência de seus pais – que por sinal fizeram “de um tudo” para que seu “sonho” fosse realizado... E passado o grande dia, voltou a trabalhar... E desde então trabalha porque O GANHAR DINHEIRO está acima de tudo – Começou a trabalhar longe de tudo e de todos – Escolheu sacrificar algo muito valioso que construiu durante toda sua vida – com os Amigos, com os familiares, com “a galera que se reunia para trabalhar a sua espiritualidade” e Partiu... Em busca do TER – seu conceito de “realização pessoal” atraía cada vez mais “amantes” que pensavam do “mês tipim” – como dizia minha antiga professora de matemática. E aquele rapaz que “sempre defendeu o seu querer, aquele rapaz que sempre teve voz ativa” – Por incrível que pareça passou de ATIVO PARA PASSIVO – e não sei por que carga d’água se entregou de corpo e alma a um vício que fora confundido com AMOR. Gente, que água esta criatura bebeu? Que água é esta que lavou e apagou o fogo que habitava suas entranhas e o fazia sorrir, dançar, festejar, comungar e partilhar da vida de seus familiares e amigos como se não houvesse amanhã!? E como ele sofria... Como chorava às escondidas pelos atos desumanos advindos do tão viciado amor!?... Um belo dia os sinos tocaram em sua mente... Resolveu começar seu processo de desmame ao Vício que o fez tão viciado – Separou-se. Sentiu-se como um escravo alforriado – Recebeu sua carta – mas não conseguia se distanciar de sua antiga Ama – vivia por perto atendendo aos seus chamados. Até que... Outra Ama apareceu... Muito antes que seu sentimento de Poder fazer com a Certeza de Liberdade estivesse bem claro dentro dele... E mais uma vez, seus conceitos e suas experiências de “realização pessoal” não lhe permitiram “aprender com os erros” – A impressão que se tinha é que “ele vivia preocupado em mostrar à sociedade que o escravizou” que ainda conseguiria ser tão “certinho” como eles que cumpriria à risca as normas impostas para “ser feliz como eles apresentavam ser”; pois trabalhavam, ganhavam dinheiro, compravam o carro dos sonhos, se casavam, tinham filhos, ou tinham filhos e sentiam-se obrigados a se casar; e já que se casaram por causa de um filho – decidiam por ter outro... E quem sabe outro – já que o certo é ter no mínimo dois – pois também é costume da sociedade que sempre o manteve preso às correntes contar com a morte de um; possuíam conta bancária com reservas para as possíveis eventualidades – do tipo – doença, morte, especialização profissional, etc... E a vida a cada instante estava sendo deixada de ser vivida... Sem se aperceber-se de que A DÁDIVA DO SENTIR O AGORA estava ficando para amanhã! E o lindo rapaz de olhos tristes ficava cada vez mais triste... Não sabia o que era caminhar de mãos dadas na praça... Não experimentou mais o mergulho no azul do mar... Não sentiu mais o vento beijar-lhe o rosto enquanto curtia a noite estrelada sentado à cadeira de balanço que acomodava na calçada... Notícia dos Amigos!? Como!? Cada um passou a viver em seu quadrado! Só o Pai e a mãe que arriscavam se aproximar na tentativa de lhe fazer um agrado! Estando sempre a lhe interrogar: “– Filho está acontecendo algo!? Você tem estado tão triste e assoberbado!? É só o trabalho ou há outro mal grado!?” E quanto mais procurava provar aos outros sua felicidade, mais praticava atos que o distanciava cada vez mais dela... Infelizmente ele continua viciado “no certo” – antes mal acompanhado do que sozinho – disseram a ele! E quando ele chegar a ser UM HOMEM IMPORTANTE E FAMOSO – como ele se apresentará em meio aos famosos!? Mal sabe ele que os bastidores dos famosos têm cheiro de carniça... Quem sabe por SEREM INFIÉIS AO QUE SEMPRE SONHARAM! Hoje o rapaz triste, cada vez mais triste vive “segundo a vontade de sua Ama” – mesmo tendo comido o pão que o Diabo amassou com o rabo nas mãos da outra – e quem sabe esta não é “mais dona da verdade que ele precisa viver do que  aquela o ditava”!? Sabe-se lá... Só o rapaz triste poderá dizer! Porém esta insanidade por parte dele... Não irá acontecer... Ele faz tudo dentro dos conformes... É autossuficiente e jamais cometerá um ato profano... Mas onde estará passeando a SUA VERDADE!? Será ela pálida, preta, alva ou acinzentada como as tardes de dias sem sol? E por falar em sol, não poderia deixar de narrar que em um dia lindo e encalorado o rapaz recebeu a notícia de que “seria pai” – e para não ficar tão feio – contou ao mundo que aquele anjo já havia sido por ele programado – É... Não podia ser diferente... Ele sempre fez tudo certinho... Tão certinho que seu anjinho esperado e criteriosamente programado não permitiria à Mamãe e ao papai viver “no pecado”... A data do casamento já foi até marcada! E o rapaz de olhos tristes, cada vez mais triste acaba ficando cada vez mais acorrentado... Será mesmo que foi um feitiço que o fez agir tão “cegado”!? Dizem que o moço triste é mineiro, e que os mineiros ainda pagarão nesta vida por muitos de seus pecados... Condenaram à morte Tiradentes depois de roubarem seu legado... E cá prás bandas de onde moro a estória é contada com a mesma tristeza dos olhos tristes do Rapaz... Sabem os que narram que só mesmo um milagre poderá devolver-lhe a alegria ao brilho de seus olhos... Só mesmo um milagre o levará a sentir prazer de verdade ao bater um bom papo com a vizinha, a madrinha, um moleque ou um escolado, chupando um picolé comprado na rua em frente ao mercado... Só mesmo um milagre o fará descobrir que para ser feliz e criar um filho não é preciso viver como “o gado” puxado a uma canga presa a um arado... Para ser feliz é preciso por exemplo, apenas permitir ao filho chupar manga sem o medo do lambrecado... Chupar jabuticaba e comer goiaba sem pensar que ficará encalhado... Sair na calçada sem camisa e esquecer que a filha da vizinha está de olho pró seu lado... Experimentar de um tudo na feira prá economizar uns bons trocados... Tomar banho de chuva na rua sem pensar no resfriado... Flertar com a loira ou a morena sem dormir desassossegado... Sair a qualquer hora com o Amigo sem se preocupar com o que vai dizer quem está morando do lado... É ter Tesão e ter muita energia... Para dar conta do Recado... A vida é muito simples... Nós é que fazemos questão de dar um jeitinho de azedar o leite prá tomar o soro dizendo que se Deus quer assim, assim será e não tem como ser mudado – trocando a oportunidade de andar como se deve prá viver ajoelhado... Quem sabe o moço triste não resolve pensar no conselho que no centro lhe foi dado – “Oia moço, toma um bom gole de pinga mineira prá consertar o que lhe foi estragado – e ainda com o efeito dela “ocê  arruma uma benzedeira prá lhe curá o mal oiado!” “ARA SÔ A VIDA É UM TREM BÃO POR DIMAIS... E AS MINERINHA!? NO MEU MODO DI VÊ SÃO MUITO MAIS!” “Viciá num amor só prá toda vida é coisa de loco...” Dizem que é coisa de pobre... Ocê precisa querê mesmo é vivê e “partilhá com os amigo” como sua Santa Consciência lhe diz: na alegria, na doença, no prazer... Sem se preocupá tanto no qui vai dá... Passá a vivê... Livre... Como um pardal, um urubu, uma águia, um canário ou uirapuru... A espécie aqui num vai jugá... O mais importante é ocê dá conta de bater suas asas e vuá...” E foi com estas palavras que o moço triste dali se retirou...  O final da estória!? Ficará com você... Quanto ao meu final... Vai ser preciso um pouco mais de tempo... Quem sabe algumas encarnações... E quem viver ou renascer verá... Se o moço triste adquiriu o conhecimento que de forma bem clara o fora permitido registrarque em resposta aos seus estímulos haveria de transformar na “experiência do apreender” a Sagrada Percepção contida no calor da Luz com a energia sem choque que a auto-cardioversão o presentearia em Reverência aos Desejos mais íntimos de seu Coração para a si só, um dia poder Salvar. 

Cleide Arantes.     

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