“Assim são as imagens poéticas:
Elas têm o poder de ir lá no fundo da alma
Onde moram os esquecimentos
E quando um desses esquecimentos acorda
A gente sente um estremeção no corpo
Essa é a missão da poesia:
Recuperar os pedaços perdidos de nós...”

Rubem Alves

                                 UMA MENINA SAPECA

UMA MOLEQUINHA SAPECA ABORDOU-ME FACEIRA E DISSE: “SENHORA, GUARDE COM CARINHO ESTE CARTÃO, UM DIA EU SEREI MODELO; DESSAS QUE VIAJAM MUITO... CONHECE A NEVE E O PAPA. VOU TER MINHA CASA, MEU CARRO E MUITAS FOTOS EM CAPAS... MINHAS MALAS SERÃO COR DE ROSA, CLARINHO, NORMAL E BEM CHOQUE... VOU TER MUITAS BOLÇAS E TAMBÉM LINDOS SAPATOS”. A MENINA ERA SUPER FALANTE... TINHA UMA CARINHA DE BRAVA, E UM QUEIXINHO ARROGANTE... ANTES QUE FÔSSE EMBORA, PERGUNTEI: GAROTA, VAI SE CASAR E TER FILHOS? SEM TITUBEAR RESPONDEU: “NÃO SEI... ESTE É UM PEQUENO DETALHE, QUE AINDA NÃO PENSEI... FAMÍLIA TODO MUNDO TEM, NÃO É O MAIS IMPORTANTE! PRECISO GANHAR DINHEIRO... SER CONHECIDA NO MUNDO... DEPOIS CUIDAREI DO RESTANTE... SÓ ACREDITAREI EM MIM...SEI QUE É O  FATOR DETERMINANTE PRÁ QUE EU SEJA BEM FAMOSA, RICA E MUITO IMPORTANTE. A SENHORA ME DÊ LICENÇA, MEU TEMPO É CURTO, NÃO TENHO NEM MAIS UM INSTANTE... REZE POR MIM QUE UM DIA EU VOLTO E CONVERSAREMOS BASTANTE”. A MENINA FOI-SE EMBORA... E O MUNDO TENTA GANHAR... QUE ELA TENHA MUITA SORTE E DESCUBRA O QUANTO ANTES, QUE PRÁ SER FELIZ, ALÉM DO DINHEIRO, É PRECISO APRENDER A AMAR.

     DA TITIA DA MENINA – Cleide Arantes

“O Amor é a única poesia que existe.

Todas as outras poesias são apenas um reflexo dele.
A poesia pode estar no som, pode estar na pedra,

Pode estar na arquitetura, mas basicamente,

Esses são todos reflexos do amor, captados em diferentes veículos.

Mas a alma da poesia é o amor,

E aqueles que vivem o amor são os poetas reais.

Eles podem nunca escrever poemas,

Podem nunca compor uma música,

Podem nunca fazer algo que normalmente

As pessoas consideram como arte.
Mas aqueles que vivem o amor,

Que amam completa e totalmente, esses são os poetas reais.”

OSHO