sábado, 8 de outubro de 2011

É Tão Simples Viver

Você é a Própria Saudade... Você é minha miragem gostosa...
É meu sonho vivido... Sonhado e amado...
Embora hoje silenciado... Silencioso...
Como é gostoso lembrar...
Do seu abraço gostoso... Do seu jeito manhoso de me pedir por favor...
Do seu olhar carinhoso... A me dizer que contigo eu podia contar...
Da sua desculpa descabida em querer comemorar
Só prá “sem querer querendo” uma cervejinha poder tomar...
Como é gostoso lembrar...
Da briga que travei no ônibus, quando aquela madame pôs-se a implicar...
Imagine com o quê!? Era muita ousadia criticar você... 
Criticar seu ronco santo!?
Que impedia qualquer criatura viva descansar ou adormecer!?
E a moça do Shopping que leu no seu semblante escrito “pobretona”
E eu indignada convidei outra prá nos atender...
Ah que cara de espanto... Depois daquela compra
Sei que a vontade dela era mesmo de morrer!
O que a moça educada nos vendeu em meia hora...
A outra em um mês teria que fazer muita força prá acontecer...
A vida tem dessas coisas... São coisas que a vida tem...
Aprendi que não se deve desprezar, desconsiderar ou desdenhar ninguém.
Você se lembra do dia em que fomos comprar ração
Em uma dessas lojas de criador de tudo... De qualquer tipo de criação!?
Esperamos o maior tempão... E de repente do nada surgiu “aquele figurão”
Num carro caindo os pedaços... A roupa era puro trapo...
O cheiro... Ah esse coitado... Não posso dizer... Dirão que é meu papo.
Apenas chegou... Nem precisou encostar no balcão
Já chovia à sua frente aquele tanto de gente, que fiquei por entender...
Disse então a você: “o que ele tem que não temos!?”
Enfrentamos um fila daquelas... Chega aquele feiozão,
Passa à nossa frente sem sequer dar satisfação...
Você na maior inocência, com muita educação
Dirigiu-se ao vendedor, na expectativa de assuntar
Ou si quer obter uma só explicação...
O vendedor respondeu:
“Ele é dono daquele posto... Do outro e daquele também...
Quando avistar pelas estradas as mesmas iniciais
Isto é significado que ainda falta, muito... Muito mais...
As fazendas minha senhora, estas não sei... Ah mas são tantas...
Pudera eu ter “meia” delas, por Virgem Nossa Senhora!”
Você voltou caladinha... Com um jeitinho de Santa
Segredou-me no ouvido
Que o motivo que os levaram a atendê-lo primeiro
 Estava na pequena diferença da cor do nosso dinheiro...
Ele pagava em Euro ou Dólar...
E comparado ao seu dinheiro, nossa moeda não era nem vintém...
Ainda estava bem longe de chegar a ser cruzeiro...
Real!? Este meu bem!?
Real era a nossa realidade em ter que encarar
Aquele sujeito pegar a mercadoria, acenar a mão,
Deixar o estabelecimento... Como se o acontecimento fosse normal...
Quem vê cara, Não vê bolso, conta bancária ou coração...
Mas vale lembrar, que aqui ou em qualquer lugar deste mundão...
O Respeito, a Humildade e a Educação podem salvar uma vida...
Mesmo que esta, o dinheiro o tenha impedido de Viver, Gozar e Conquistar...
Mesquinhez faz morrer rico... Faz rico morrer...
Sem ter como um só bem levar...
Levaremos sim os bens que fizeram bem à nossa Alma e ao nosso Coração...
Sem esquecer é claro... De ter Muita Educação!
Cleide Arantes.

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