domingo, 19 de agosto de 2012


 Um Brilho Especial


Falávamos em outro artigo sobre a relação de intimidade com a natureza – em particular com as flores, que precisamos exercitar em nossos dias. Mas pensando bem, há algo de muito especial quando estendemos um pouquinho mais “nossos lençóis” para permitir que outras maravilhas da natureza passem a nos visitar com mais constância – Já que este Mundão “não tem porteiras” – como dizia meu avô – aqui enfoco UM BRILHO ESPECIAL...  O caso das estrelas (do céu e do Mar), da lua, do universo e seus mistérios... E assistindo há um filme antigo, onde Dalva de Oliveira cantava Divinamente “Estrela do Mar”, mais uma vez viajei no tempo – como se aquele grupo de pessoas com as quais ela cantava (Império Serrano – no filme Tudo Azul, exibido pela TV Cultura, no Cine Brasil), filmada em ruas bem estreitas fossem as ruas de uma pequena cidade de Pernambuco que há muito fiquei apaixonada – lá as noites sempre foram estreladas – e a figura de Dalva buscou em minhas lembranças gostosas as músicas “de serestas” que cantei ao lado de uma Mulher que foi e jamais deixou de ser Um Grande Presente de Deus em minha vida – que por sinal trabalhou na emissora de Rádio daquela pequena Cidade. Ela tinha prazer em cantar... Sua Voz era Maravilhosa! Sua Expressão era de Sonho... De Tristeza embebecida de Ternura e Compaixão... Envolvida por calor, beleza, alegria e encanto... Sei que quando cantava também viajava por aqueles arredores – antes caminhos de cangaceiros que humanos como ela também sonhavam... Com um dia melhor e mais justo... Com as alegrias e os prazeres cobrados pelo corpo após um dia de trabalho “arrochado”... Sonhavam com Colo... Com Músicas e serestas... Com o passear de mãos dadas na praça... Pois a seu modo Amavam... e Imaginavam coisas de Amor... Acreditavam na Alma Gêmea... Acreditavam na Vida que Flui do Calor... Ouça a Música que ouvi... Imagine as ruas por onde andei... Sinta na poesia destes versos o suspirar apaixonado daquele grão iluminado... Que do lugar onde ficou naquelas ruas ou vielas... De frente à Praça da Matriz... Caminhando para a Rua da Saudade... Hoje voltou a tintilar...
    
Um pequenino grão de areia
que era um pobre sonhador
olhando o céu viu uma estrela
e imaginou coisas de amor.

Passaram anos, muitos anos
ela no céu e ele no mar
dizem que nunca o pobrezinho
pode com ela encontrar.


Se houve ou se não houve
alguma coisa entre eles dois
ninguém soube até hoje explicar.
O que há de verdade
É que depois, muito depois
Apareceu a estrela do mar.


*Estrela do Mar de Marino Pinto e Paulo Soledade
Ouço ainda suas largas gargalhadas...Ouço a segunda voz da mana Amiga que em versos faziam Fluir da Alma Sua mais Suave e Apaixonada Cantiga. Pedirei à estrela que Dalva em Coroa Carrega prá reluzir um sinal de Luz aos Céus de Anil como uma


Oferenda terrestre de um Grão Amigo que ainda sonha Brindar O PRESENTE de uma Vida que não morreu com a morte.

Cleide Arantes.      
  


Nenhum comentário:

Postar um comentário