terça-feira, 16 de julho de 2013


Em um Canto do Mundo

Nossa Casa, mesmo que um tanto diferente daquele tempo que aqui vivemos, ainda é a MATÉRIA que enleva minha história vivida a cada amanhecer, integrando os acontecimentos “aqui acontecidos” – ao meu corpo e minha Alma. Em cada cômodo, em cada canto, em cada móvel, nossa história se refaz com um novo brilho, em vez de se esvair com o tempo. Porque será que esta casa me permite desenvolver o sentimento de “fortaleza!?” Sim, ela é a matéria que me permite SER FORTE; permite-me o sentimento de que minha força está aliada e integrada a meus pensamentos, lembranças e sonhos – sinto que esta “aglutinação” me distancia da triste ideia de dispersão... Da dispersão que aos poucos “apaga o Sagrado” e apaga a necessidade de manter vivo o Sonho... A vida... Que precisa da Matéria para se manifestar... E o Meu Canto do Mundo, a “nossa casa edificada em Uberaba” me livra de sentir-me estrangeira; livra-me do medo da Morte... Com a Sorte do Chico que Vive... E eu a sinto viva... Muitos dos sonhos que juntas sonhamos estão ganhando forma... Estão se materializando... E ao mesmo tempo em que em nossa casa NOSSOS SONHOS SE MATERIALIZAM, cresce a vontade e torna-se parte preponderante o apreender da vida “o plasmar diferenciado na difícil coexistência do partilhar, do comungar” à medida que convivo BUSCANDO NA VIDA melhorar a sintonia dos padrões vibratórios que não só partem de mim; como também chegam até mim... A casa que abrigou nossos primeiros devaneios me ensinou e me serviu de suporte para reconfortar–me na solidão da madrugada de uma rodoviária inabitada – lembra-se da viagem Uberaba a Itaúna que forçosamente havia “baldeação” em Pará de Minas!? Lá foi um dos lugares desprotegidos e desconhecidos que pude construir imaginariamente uma muralha segura – exatamente porque O MEU CANTO DO MUNDO retirou de minha energia a necessidade de ser “ferrada com o ferro quente do sentimento de estrangeira”; do convencionalismo ou do modismo de ter que sintonizar NA ONDA DO OUTRO; NA ONDA DO MEDO... NA ONDA DA FICTÍCIA SEGURANÇA que só “o outro pode firmar” – a acabarmos por ficar sempre a mercê do "outro nos proporcionar" a tão esperada paz. Você bem sabe que não é fácil, Amiga... E desta sintonia tenho procurado me desligar... Sem que “do outro” precise me afastar... Ainda hoje, nas experiências do espaço da NOSSA CASA, nossas memórias e imaginações se confundem; nossas lembranças de intimidade continuam ganhando novas tonalidades ao envolverem–se com o presente que É MINHA MAIOR DÁDIVA, mesmo que o meu corpo físico se encontre distante da matéria que me permitiu lhe ser apresentada e em seguida compartilhar da Grandiosidade de sua Alma que outrora havia sonhado em ser mãe... Mais tarde me chamou de filha... E juntas nos cuidamos, também discordamos, fizemos nossas orações, festejamos, choramos, escrevemos nas páginas de nossas memórias, experiências que vividas dentro ou fora de nossa casa, nenhum cientista terá acesso à Fórmula ou Receita – pertencem exclusivamente a nós... E as páginas da Eternidade... Se a Ela nos pertencemos... A Ela Voltaremos e nos reencontraremos para juntas fazermos as devidas correções baseadas na Gramática que nos permitirá a impressão da Verdadeira história que começou a ser escrita em um canto do mundo, bem pertinho de Chico, de Carlos, de Lia, de Cida, de Arminda, de Loreto, de Edson... De Peirópolis, de Uberaba com meu Paulo o Apóstolo... O cantinho de muitos no Universo, que como eu precisavam se lembrar de que sangue é vida... E a vida veio do Pó... Do Pó que Edifica... Faz Morada... É Alicerce para o Céu ou estágio certo no “xilindró”...

Cleide Arantes.

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