O Presente da Vida e o Mistério da Morte
Na dura realidade vivida na soma de meus dias
Um tônico manteve-me ligada aos meus sonhos e fantasias;
Descobrir os segredos da morte... Já que de fato só a vida existia.
Entorpecer-me jamais me levaria aos caminhos dos mistérios seus.
Entreguei-me a fantasia... Aos labirintos e desvios sãos,
Com esperança de que até mesmo o proibido
Pudesse me estender às mãos.
Assunto de morte foi sempre um pavor
Ninguém se habilitava ser um “exper” ou doutor...
Mesmo sabendo que depois de morto, vida eterna teria,
Meu Deus... Que horror! Uma só vida admitia pensar em tal pavor...
Pensava com meus botões: “triunfo e morte são tão diferentes!?”...
Morrer bem é possível!?
Onde estão os mortos prá falar de suas vidas!?
Porque não somos convidados a fazer parte do espetáculo!?
Daquele que viverá muito mais do que se imagina!?
Quem recebe o homenageado!?
Quem lhe dá boas vindas ou o diz que chegou atrasado!?
Ah a morte...
Que chega tão de repente...
Que não sinaliza e ainda assusta a gente...
A gente que fica...
A gente que fica...
E a gente que foi!? Sem saber que era dia...
Sem dizer obrigado... Sem pedir desculpas, ou mesmo perdão...
E ter apenas morrido... Sem a chance de olhar nos meus olhos
E apertar pelo menos mais uma vez minha mão!
Quem ficou não sabia... Quem morreu também não...
Mesmo tendo passado uma vida
Sendo interrogado sobre o seu significado... Sobre a sua hora...
Sobre a sua vez... A vez da sua partida...
Da sua despedida... Da sua hora marcada...
Em algum lugar... De algum modo...
Porque precisa vir tão inesperada!?
Que modo é este!?... Que regra é esta!?
É regra de vida!? Prá justificar a morte!?
Ah... Onde está sequer um morto para falar de sua vida...
Ainda a fantasiar, vivo a questionar,
Por que a morte é o triunfo da vida
E a vida acaba com a morte!?
Ah... Onde está sequer um morto para falar de sua vida...
Ou se ao pior pode falar sobre o que sentiu na sua morte!?
Ah vida... Que carrega nas entranhas
A dor da separação
Quando chega a dona morte prá cortar o tal cordão!
Ah vida da minha vida,
Que chega inesperadamente...
Anunciando a Vida...
Como Dádiva Divina,
Que Surge em decorrência de experiências sentidas,
Por aqueles que se dedicaram
Em Denunciar em Vida, a existência da Morte!
Cleide Arantes.
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